Domingo. 16 de junho de 2019. Seis horas . Quartel General do Forró. Campina Grande. Estrutura montada, bebidas checadas,gelo na caixa e público chegando. Agora sim! Está iniciada mais uma noite de trabalho para os ambulantes no Parque do Povo. São muitos comerciantes que aproveitam o período junino para ganhar uma renda extra e sustentar suas famílias.
O vendedor itinerante normalmente aproveita-se de locais espaçosos onde circula um grande número de pessoas e que tem uma vasta publicidade. Ambulante é aquele que vive sem local determinado ou moradia fixa. Mas na região da borborema essa realidade é bem diferente. Muitos dos mercantes ou até mesmo quem não trabalha no ramo acaba aproveitando do merchandising que é feito na época dos festejos.
Samara Nobrega, 27, atendente de telemarketing, é uma delas. A campinense uniu o útil ao agradável, pois aproveitou o período em que está de férias para vender seus produtos no Maior São João do Mundo. Com isso gerou um faturamento extra na qual a mesma sustentar a sua casa. ”Na verdade a vida de comerciante é uma renda extra que a gente tem durante o ano, faz 7 anos que trabalho no parque do povo como vendedora ambulante”, afirmou orgulhosa.
Neste ano a empresa que patrocina os comerciantes mudou e a distribuição das barracas acabou ficando por trás da mesa de som, o que gerou um certo descontentamento por parte de alguns deles. ”A nova estrutura está ótima, porém tem um espaço na frente do palco que deveria ser nosso, poderia ser mais distribuído esse ano. Nos colocaram por trás da mesa de som e isso acabou gerando uma indignação a todos nós”, lamenta Samara.
São 30 dias de festa consecutivos e muitos dos vendedores mudam sua rotina para suportar o ritmo de trabalho. Gledson Fernandes, 33,declara .”Alguns trabalham durante o dia e a parte da tarde temos a hora do descanso. Trabalho fazendo manutenção em colégios pelo estado; e, realmente, é cansativo durante a semana temos que nos adaptar e isso se torna cansativo. Só melhora mais no final de semana, mudamos nossa vida, nossa alimentação e assim vamos levando”.
O comerciante contou para nossa equipe alguns dos fatores negativos.A maior contestação é a falta de espaço para armazenar os produtos . “Às vezes a gente fica sem poder fazer a reposição das bebidas e isso é muito ruim. Isso acaba sendo um empecilho para nós barraqueiros, às vezes falta uma cerveja e não tem no estoque. Temos que esperar mais ou menos de duas a três horas para repor o estoque e isso acaba-nos prejudicando”.
Para quem deseja trabalhar no Parque do Povo como ambulante tem que ter um cadastro que fica restrito a uma parcela de comerciantes. O requisito é que o vendedor tenha trabalhado pelo menos um certo tempo e também é cobrado um percentual . “Aqui é um cadastro que a gente faz e só pode fazer quem já trabalha há diversos anos. Não entra pessoas novatas só se abrirem vagas. É cobrada uma taxa de 300 reais que dá direito ao espaço e a disponibilização das caixas térmicas pra gente trabalhar”, relatou Samara.
Gledson vendedor ambulante,disse que a porcentagem de alguns pracistas é diferente do que é cobrada. Não é a mesma para todos. “Ambulantes, barraqueiros ou donos de quiosques, todos pagam uma tarifa. O preço é bem diferenciado, não são os mesmos, mas é de boa para trabalhar aqui. Em relação ao ano passado, o aumento foi consistente”, finalizou o vendedor.