Forró do Candeeiro: movido a gás e ao ritmo tradicional

Campina Grande, 23 de junho de 2019  ·  Escrito por Willy Araújo  ·  Editado por Edson Tavares  ·  Fotos de Willy Araújo

O forró do candeeiro abriu a programação dos festejos juninos de Aroeiras, no agreste do Estado.

Clube Velho: do escurinho a ornamentação junina.

E o forró veio para alegrar e contagiar as noites no mês de junho. Ouvimos seu toque no Parque do Povo, nas palhoças, nos palcos, em bares e setores alimentícios. Em Aroeiras, na Paraíba, esse ritmo se faz presente, tanto nas festas de rua quanto dentro dos clubes. E vai, além disso. Você já imaginou dançar agarradinho o autêntico forró tradicional, à luz de candeeiros?

O Forró do Candeeiro tornou-se tradição no município. Todas as edições foram realizadas no Centro Cultural Recreativo Aroeirense, o conhecido Clube Velho. Fundada no dia 21 de maio de 1953, a agremiação sediou quase todos os eventos da cidade, como o espetáculo da Paixão de Cristo, o carnaval e algumas festas de aniversário, bem como funcionou como cinema municipal.

Edição de 2015 (FOTO: Reprodução/ Arquivo Pessoal de Eliane Santos)

A curiosa festa junina do candeeiro começou no início dos anos 2000. A primeira edição foi em um domingo à tarde. No começo, uma pequena festa organizada por Eliane Santos, Wilza Monteiro, Hosana Cabral e Socorro Costa. “Queríamos inovar: fazer um pé-de-serra tradicional com triângulo, zabumba e sanfona. Nas mesas, colocamos uns candeeiros de enfeite. Os pavios eram feitos de papel.”, disse Eliane.

Cinco anos depois, “resolvemos fazer novamente, só que à noite”. A ideia do candeeiro de verdade foi três anos depois da segunda edição. “Compramos o gás, e colocamos o candeeiro nas paredes.”. Hoje, o evento conta com o apoio de alguns patrocínios.

Wilza, Socorro Costa, Márcia Santos, Hozana e Eliane, as idealizadoras da festa. (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal de Eliane Santos)

“Nunca houve confusão. Algumas pessoas se emocionam lembrando o passado, daquele ‘cuvico’ do clube. ‘Eu ficava ali com fulano. Aqui era bom demais. Era isso, era aquilo, fazia isso. Pulava a janela de casa para vir para a festa, pois papai não deixava.’ Enfim, são histórias contadas”, relatou ela. “Resgatamos aquele forró antigo. Com o tempo, foi crescendo. As pessoas viram que é um ambiente tranquilo, familiar e sossegado.”

Participaram da festa, nesta edição, pessoas de diferentes idades. Euclides Vieira (58) e Ana Lígia (56) formam um casal. “Desde quando tudo começou, nós vimos todos os anos. Você pode deixar a carteira e celular em cima da mesa que não tem problema algum. Ninguém mexe.”, afirmou Euclides. De acordo com ele, o Forró do Candeeiro se identifica com as festas da época dele.

Forró: o divertimento do casal.

Para Naylla Albuquerque (20), o evento é uma boa opção de festa para encontrar os amigos.  “Por ser um evento reservado, possui um forró tradicional e de qualidade. Realmente é o forró raiz”, disse.

O dinheiro arrecadado servirá para a construção de um novo piso do clube, como também pagar a contratação de uma das bandas.  “O intuito maior fica em arrumar o clube. Tudo que arrecadamos é em prol dele. A gente não recebe dinheiro por isso, não”.

 

Devido à alta procura das mesas para o evento, em 2019 foi criado o pavilhão em frente ao local da festa.

As atrações

Os shows, neste ano, ficaram por conta de Sandro Rogério e Banda É Noiz e Cipó de Boi.

Sandro Rogério é artista aroeirense. Em média, foram quatro apresentações no total das edições. “É um forró tradicional em nossa cidade. Alguns turistas que vêm para este evento já me contrataram para tocar em outros lugares. Só tenho que agradecer a Deus por momentos maravilhosos como este”, contou.

O cantor Sandro Rogério.

Encerrando a noite, a apresentação de Cipó de Boi.

Comentários