“Não há dinheiro que pague essa ‘coisa’ de ser brasileiro”.
Marcelo Gervásio é um atleta de alto rendimento, carioca da gema, tem 56 anos de idade dos quais, muitos foram dedicados ao que hoje é a sua vida: viajar o mundo inteiro no skate que ele mesmo montou, para que pudesse atender suas necessidades pelo caminho. Ele é, de acordo com o ‘Guinness Book’, o autor da primeira volta ao mundo de skate. Já foram cinco continentes, e cinquenta e sete países ao longo de dez anos. Conquistar todas essas milhas o proporcionou um grande conhecimento cultural de cada país em que visitou, além de ter conseguido aprender a falar nove idiomas. O que carrega na bagagem, fora o seu aparato tecnológico, kits de sobrevivência e higiene, saco de dormir e comida suficiente, são as lembranças que leva dos amigos que fez especialmente do Oiapoque ao Chuí.
Ele diz que “Somente um brasileiro pode dar a volta ao mundo”, quando fala de sua experiência em países e áreas de conflitos. E, que por ser de nacionalidade brasileira e conseguir se comunicar na língua local e não pelo inglês americano, não foi confundido com espiões dos Estados Unidos. “A pior experiência foi na Somália, onde um caminhão cheio de terroristas que saltaram de dentro do mato e me pediram o passaporte falando em Inglês, então eu o respondi falando o idioma deles… e por eu conseguir conversar com eles, eu pude me safar.”
Agora que está de volta ao Brasil, ele relata sua felicidade em estar no seu país, sentir-se a vontade e reencontrar os amigos. Seu próximo objetivo é disputar as Olimpíadas de Tóquio. Para fazer suas viagens existe todo um planejamento. O Marcelo tem uma equipe com nutricionistas, que o auxiliam em toda a preparação antes de suas jornadas. Também tem patrocinadores como a Telecall e o Esporte Espetacular, que dão suporte em toda essa sua aventura. Marcelo conta, que além da saúde física, o psicológico e a parte emocional também tem que estar sendo cuidados: “muitas vezes você tem força, tem patrocínio, mas o emocional te destrói, então quem tem isso bem cuidado, está preparado para a guerra. e essa guerra vem de forma inesperada e desafios durante a estrada. Estou muito feliz aqui na Paraíba, desde que cheguei aqui pela primeira vez, em 1991, voltei em 2011, e retornei agora, pois aqui sempre me trataram muito bem” enfatiza ele, ao lembrar-se das vezes em que esteve em solo paraibano, onde conseguiu fazer grandes amizades.
Mesmo conquistando o mundo nas rodas do seu skate, ele não perde o amor que sente pela nação onde nasceu, ainda que conhecendo vários lugares, diz que “O Brasil é o melhor país do mundo” e demonstra orgulho disso e leva a bandeira do país por onde anda “Como brasileiro, fico muito feliz em levar a bandeira brasileira para todo o mundo.”.
E não teria época melhor para ele vir a Campina Grande, do que no período do Maior São João do Mundo “A festa do São João é sensacional, muito bacana, estão de parabéns pela segurança em geral, pela organização, por tudo que vocês proporcionam ao povo de cultura” evidenciou ele. E foi elogiando a festa, admirando as homenagens a Jackson do Pandeiro e valorizando nossa música e dança local, que Marcelo se despede de Campina Grande com destino a Caruaru – PE, não no Trem do Forró, mas nas rodas do seu skate, que com certeza vão o levar cada vez mais longe.