O Teatro Municipal Severino Cabral recebeu, no último sábado (9), a XIII edição do desafio Estado contra Estado. O evento acontece todo ano em Campina Grande e atrai admiradores da cantoria de repente de todo Brasil. A cada ano o público aumenta mais e o espaço do salão fica pequeno para acomodar toda essa gente.
Através das métricas e rimas os poetas desafiam uns aos outros criando versos improvisados. No Estado contra Estado, o apresentador, Iponax Vila Nova, sorteia temas da atualidade para que os repentistas possam fazer seus versos. Para a primeira fase, 12 participantes sobem ao palco para formar as duplas da peleja. Com a ajuda da plateia, Iponax escolhe o mote dando início a primeira rodada.
Iponax Vila Nova, organizador do Estado contra Estado e atrás os participantes
Seis duplas foram formadas. Cabe agora aos jurados avaliarem quem foi o melhor da batalha e vai passar para a próxima fase.
Amâncio Sobrinho, 65, aboiador e cordelista, foi convidado para fazer uma apresentação na abertura do desafio. Aos 14 anos, começou a participar de festivais de repente influenciado por seu pai e depois disso seu amor pela cantoria só cresceu. “Para mim é tudo na vida. Uma das maiores inteligências é você ser poeta. Aonde quer que você esteja, olha para as coisas e começa a formar as estrofes na sua mente”, afirmou o poeta.
Amâncio Sobrinho, Aboiador de Aparecida – PB
Os participantes do desafio desta edição foram: Acrízio de França (PB), Raimundo Caetano (PB), Edvaldo Zuzu (PE), Felipe Pereira (RN), Gilberto Alves (AL), Ismael Pereira (CE), Ivanildo Vila Nova (PE), Jeferson Silva (PI), Raulino Silva (RN), Rogério Meneses (PB), Sebastião Dias (RN) e Zé Viola (PI).
Os repentistas recebem um valor por participarem do desafio, mas o primeiro lugar ganha quatro mil reais e o segundo lugar, dois mil reais. Raulino Silva (RN) x Ivanildo Vila Nova (PE) e Jeferson Silva (PI) x Rogério Menezes (PB) foram os semifinalistas e entre eles quem levou o grande prêmio foi Raulino Silva (RN).
O tricampeão do Estado contra Estado, Raulino Silva, contou que sempre é um desafio enfrentar os poetas. “Hoje eu pensei que ia morrer de nervosismo. Sentindo mesmo o peso do evento, dos cantadores, da plateia e de toda a energia que cerca esse evento”, explicou. O cantador já ganhou duas vezes individual e uma vez em dupla, contudo apesar de estar feliz com o resultado, a todo momento sente o clima tenso do festival.
A novidade da próxima edição, anunciada pelo organizador, é o Festival de Repente Feminino que já tem data marcada. No dia 7 de março de 2020 o Teatro Severino Cabral vai receber a sua primeira edição. Da mesma forma que acontece o Estado contra o Estado, dez duplas se enfrentarão. E o Repórter Junino estará mais uma vez cobrindo esse marco histórico.
