“ALÔ, MEU PARQUE DO POVO!”

Campina Grande, 16 de junho de 2022
Apresentador Cléber Oliveira. Foto: Arquivo/Divulgação

Augusto Andrade
Larissa Silveira
Sara Brito
Entrevistadores

Augusto Andrade
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Cléber Oliveira, filho de jornalista, natural de Campina Grande, é formado em Publicidade e Propaganda pela Faculdade CESREI. Aos 33 anos, reside atualmente em Campina, é publicitário, radialista e apresentador. Iniciou sua carreira em emissora de rádio ao lado do pai Joacir Oliveira. Ele é ainda CEO da F5 Comunicação, agência e produtora audiovisual fundada em 2010. 

Desde 2013, Cléber é o apresentador oficial do Maior São João do Mundo e se tornou a voz do maior evento junino da Paraíba. Já foi apresentador do Momento Junino, programa televisionado pela TV Borborema e é o mais novo apresentador do Cantos e Contos da TV Correio, programa que já está no ar há 17 anos. A comunicação está no sangue, Cléber é um comunicador nato. Nesta entrevista fala sobre suas experiências na comunicação e como apresentador no São João. 

Meu primeiro contato com a comunicação foi através do meu pai, jornalista de formação e um apaixonado pela comunicação e já falecido, Joacir Oliveira. Meu pai começou muito cedo no rádio fazendo uma novela conhecida como As aventuras do Flama. Por ele ter começado tão cedo nesse meio, eu e meus irmãos fomos praticamente criados nos bastidores da comunicação, não tinha como desviar, e desde cedo fui encorajado a enfrentar os microfones. 


Cleber Oliveira é um dos comunicadores mais conhecidos. Foto: Foto: Arquivo/Divulgação

Qual o primeiro programa que apresentou? 

Meu primeiro trabalho foi no Balanço da Cidade na rádio Caturité AM (amplitude modulada). Na hora do intervalo meu pai dizia: “Cléber, escolha uma matéria para ler quando voltar do intervalo”, “você vai dar a hora certa”. Eu ficava com aquele medo e ele dizia para ficar calmo e ir ensaiando, que não precisava ter medo, com 14 ou 15 anos eu já apresentava o programa dele sozinho. 

Quando você recebeu o convite para apresentar o Momento Junino, um dos maiores programas de forró ao vivo da televisão brasileira, qual foi a sua reação? Como recebeu esse convite? 

Eu não esperava o convite, a emissora tinha acabado de ser comprada pelo Sistema Opinião, não conhecia os diretores. O que me passaram na época foi que uma pesquisa seria realizada para saber quem substituiria o antigo apresentador. Quem fosse escolhido passaria por muitas comparações, a missão não seria fácil. Eles queriam saber quem mais teria a cara para apresentar o programa e o que me credenciou para apresentar o Momento Junino foi o trabalho que eu fazia como apresentador do Maior São João do Mundo. 

Você iniciou sua carreira na rádio Caturité junto com o seu pai Joacir Oliveira, sem dúvidas ele foi a sua maior inspiração. Qual era a sensação de estar na rádio junto do seu pai? Quando sentiu que queria seguir o mesmo caminho, da comunicação?

Eu costumo dizer que o grande start na comunicação foi um trabalho com alguns amigos, eu trabalhava para uma produtora audiovisual chamada Estúdio no Ar, de Afonso Marrero. Eu trabalhava para um candidato a  Deputado Federal na cidade, eu com 15 anos já coordenava toda uma  equipe de comunicação nessa campanha. Acabou a campanha, eu fiz  amizade com o pessoal da produtora e fiquei trabalhando, eu queria ficar nesse universo. 

Cléber, você trabalha como publicitário, apresentador, mestre de cerimônias. Como foi receber a notícia de que não teria a festa de São João, que em quesitos econômicos, gera uma movimentação enorme para a cidade, e que todos os outros eventos seriam cancelados por conta da pandemia? Como reagiu a essa situação? 

Bem pesado. Essa pandemia foi cruel, e eu que vivo integralmente da comunicação vi os cortes impedirem a continuação do programa na Tv Borborema e o primeiro deles era na publicidade. os contratos que haviam foram desfeitos e perdi 80% dos anunciantes do programa o que inviabilizou a continuação. Dentro da agência muitos clientes cancelaram os contratos.

Como foi a experiência de apresentar o São João de forma online? 

Foi um sentimento muito vago e seco. Como 2020 foi o ano da política, tive a oportunidade de montar um projeto, que foi o Live de São João, por saber “fazer” São João e lidar com 10 a 30 mil pessoas diariamente com sentimento de pertencimento. O feedback não era o mesmo que o feedback digital. Se ver em uma tela sem o calor humano é muito diferente, na internet são os comentários, compartilhamentos no presencial é diferente o contato direto com as pessoas não tem comparação.

Qual a história por trás da F5 Comunicação? 

No ano de 2008 tinha feito muito guia eleitoral, um amigo ligou perguntando se eu sugeria um estúdio de gravação e me deu um estalo: “eu tenho, cara” um estúdio. Eu tinha? Não tinha. A sacada foi boa e não ia deixar a oportunidade passar. Busquei um orientador, meu pai, uma experiência de sobra. Qual estúdio botasse? E fiz um empréstimo, aluguei uma sala, chamei um engenheiro com projeto acústico, comprei cabine, computador e estrutura e contratei o editor Jefferson Freitas e começamos. 

Você é o apresentador do São João há 12 anos. Como é fazer parte dessa história? 

Comecei fazendo São João de Campina Grande dividindo palco com outros apresentadores na  época, tínhamos de oito a dez apresentadores no São João de Campina Grande. Porque ninguém queria dar contas de 30 dias sozinhos, muito pesado.

com o passar do tempo fui começando a apresentar 2 ou 3 dias, até que passei a apresentar de forma integral.

Para você, qual a música que quando lembra ou escuta, você diz: “ essa música é a cara do São João’’? 

São muitas, mas olha pro céu meu amor, as músicas de flávio José em especial “o mundo é grande e o destino me espera”

Você é o mais novo apresentador do Cantos e Contos, que até então era apresentado por músicos que se tornaram apresentadores, conta pra gente como está sendo essa experiência? 

É um programa de grito de resistência . A gente sabe como é difícil vender e promover cultura, muitas dificuldades que enfrentamos, e veio o convite para que eu assumisse o programa, como eu disse o programa foi apresentado por músicos que se tornaram apresentadores. O inverso não vai acontecer. Foi um desafio, minha ligação com a cultura e com o São João, o gosto facilitou e me surpreendeu a receptividade dos telespectadores.


CEO da agência F5 Comunicação. Foto: Augusto Andrade

Já pensou em tentar carreira fora da Paraíba? Já surgiu algum convite nesse sentido? 

Pensar, pensarmos sempre. Amo a Paraíba, João Pessoa tem me acolhido. Realizo e realizei alguns trabalhos para o estado de Pernambuco a bastante tempo, fui convidado pra Santa Cruz do Capibaribe, um dos maiores convites foi para o Distrito Federal e para Goiás, fui convidado pelo cerimonial da presidência da República. 

Para finalizar, compartilhe com a gente algum novo projeto e como consegue equilibrar o tempo entre trabalho e família. 

É algo realmente muito difícil e a comunicação é muito dinâmica e quando a onda tá pra você, aproveite. Até o fim. Porque ela passa, é muito instável e constante mutação. Finais de semana que trabalho, no dia do meu aniversário, férias, réveillon. Tô sempre trabalhando. Eu moro sozinho, meu filho mora com a mãe dele. É alguém que busco sempre estar por perto seja por ligação todos os dias se falamos. Minha mãe e meus irmãos desde os 15 que escolhi a comunicação e moro sozinho, sei o peso dessa escolha. Os projetos do comunicador eu acho que tem que ser sempre acompanhado da constante mutação da comunicação e por muitas vezes na frente e estamos com um projeto pronto esperando só o momento de lançar dois podcast da nossa agência, um no qual vou apresentar e o outro que estou produzindo.


Apresentador oficial de palco do Maior São João do Mundo. Foto: Arquivo/Divulgação

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