A menos de 20 dias para o início do Maior São João do Mundo, os participantes puderam conhecer um pouco mais sobre a dinâmica do evento
Repórter: Felipe Bezerra
Fotógrafo: Johan Vitor
Foi realizado, na tarde desta sexta-feira (12), o encerramento da IV edição do Curso Intensivo de Jornalismo Digital e Reportagem, promovido pelo Projeto Repórter Junino. O momento aconteceu no Auditório III do Centro Acadêmico Paulo Freire da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB e contou com a participação do apresentador da Rede ITA, Felipe Valentim, da repórter da TV Paraíba, Amy Nascimento, e da assessora do São João de Campina Grande, Skarllety Fernandes.
A menos de 20 dias para o início do Maior São João do Mundo, o encontro, mediado pelo professor Fernando Firmino, debateu os principais desafios na cobertura jornalística do evento. De acordo Skarllety Fernandes, egressa do Curso de Jornalismo da UEPB e integrante durante os quatro anos de graduação do Repórter Junino, uma das principais lições para os jornalistas é a reinvenção de pautas trabalhadas todos os anos durante a festividade. Segundo a assessora, é necessário encontrar maneiras diversas de apresentar para o público o mesmo assunto: “Seja a pauta do milho, da quadrilha, o jornalista precisa encontrar outras formas de apresentar para o público essas pautas”, pontua Skarllety.
Narrar histórias de personagens simples e retratar assuntos que estão longe dos grandes veículos de comunicação é essencial para a construção de um jornalismo plural e democrático. Foi neste sentido que o apresentador Felipe Valentim trouxe colocações pertinentes sobre o porquê do São João de Campina ser considerado o maior do mundo.
“O São João de Campina Grande é conhecido por conta da força dos paraibanos. É um povo acolhedor, que gosta de cultura, que gosta de receber. Quando o turista vem pra cá e percebe esse acolhimento, ele quer voltar mais vezes. O São João de Campina é encantador pela força do trabalhador que vende sua comida típica no Parque do Povo, no Centro, nos bairros e quem ainda continua mantendo as tradições e fazendo desta nossa festa algo que é nosso, que é uma identidade que queremos manter”, ressaltou o apresentador.
Discussões sobre as multitarefas desenvolvidas pelos profissionais jornalistas dentro de redações com a adesão de tecnologias é algo debatido cotidianamente, seja na academia ou no ambiente de trabalho. A jornalista Amy Nascimento, também egressa da UEPB e integrante do projeto durante a sua formação, trouxe um pouco desta realidade para o encerramento do curso. Segundo Amy, o trabalhador da comunicação deve estar disposto a aprender um pouco de tudo da profissão. Seja na escrita, no vídeo ou no podcast, o jornalista deve cumprir o seu papel de informar com ética e profissionalismo, como ressalta a repórter.
Amy também defendeu a necessidade de um olhar mais crítico do jornalista sobre a produção de pautas. De acordo com a repórter, é essencial “olhar a rua com um olhar crítico”. A repórter ainda deu dicas de como realizar essa atividade: “Não apenas fazer aquelas pautas tradicionais, mas preservar esse olhar crítico e exercitar a criatividade através de algo simples que pode render. As vezes é o pessoal que está trabalhando na limpeza, as vezes é a forma de como as pessoas dançam forró. Isso tudo pode render uma pauta interessante e tudo isso é um exercício para um bom jornalismo”.
Para Maria Eduarda Batista, aluna do sétimo período de jornalismo, as discussões colocadas pelos convidados a ajudaram na construção de olhares possíveis e diferentes sobre o cotidiano que a cerca. “Foi um momento muito enriquecedor do ponto de vista social e jornalístico. As dicas de cada um contribuíram muito para abrir os olhos de quem esteve presente. Tenho certeza de que, a partir de hoje, vou olhar para o que acontece ao meu redor com outros olhos, podendo dar voz e visibilidade a todos”, comentou a discente.
A IV edição do Curso Intensivo de Jornalismo Digital e Reportagem
A IV edição do curso, idealizado pelo projeto Repórter Junino, foi realizada durante duas semanas, com início no último dia 3 de maio, onde foi apresentado um rico material sobre a construção de narrativas audiovisuais. A oficina foi dirigida pelo jornalista, egresso da UEPB, Gabriel Heitor. No dia 4 de maio, o encontro foi comandado por Alexandre César, que trouxe noções importantes para a criação de conteúdos e design para as redes sociais.
Para os 40 anos do São João da Rainha da Borborema, o professor Fernando Firmino em parceria com o professor Antônio Simões pensaram também em outras abordagens na criação do conteúdo jornalístico. Para isso, foi ministrada, no dia 5, a oficina “Reportagem Especial focada em Soluções”, pelo professor Antonio Simões, coordenador do projeto Anti-Horário. A ocasião foi reservada para os integrantes da equipe do Repórter Junino 2023.
A segunda semana do curso foi aberta pela oficina “Edição Para Multiplataforma”, onde foram debatidos aplicativos e a produção de conteúdo por meios de dispositivos móveis. O momento teve a participação do professor Fernando Firmino, o qual possui uma longa pesquisa sobre o assunto. O curso ofertou ainda dois dias dedicados a assuntos da fotografia.
O professor Rostand Melo ministrou, no dia 10, o momento sobre fotografia em eventos culturais. Foram abordados assuntos sobre técnica, além de direito de imagem. O penúltimo dia foi a vez da professora Agda Aquino trazer discussões sobre a cobertura fotojornalística com smartphone. O IV Curso Intensivo de Jornalismo Digital e Reportagem teve como objetivo capacitar a equipe do Repórter Junino 2023 para a realização da cobertura dos 40 anos do Maior São João do Mundo, que tem início no próximo dia 1 de junho.