O público lotou o teatro para curtir o autêntico Forró pé de serra e conhecer um pouco mais da biografia do poeta, cantor, compositor Amazan
Repórter Matheus Farias
Fotógrafa Gabryele Martins
Editor Fernando Firmino
Emoção e Nordestinidade: assim pode ser definida a penúltima edição do projeto “Zabumba Lá” que homenageou, na noite desta quinta (25) no Teatro Municipal Severino Cabral, o cantor Amazan, além de outros artistas que fazem parte dos 40 anos de Maior São João do Mundo. A iniciativa é parte do calendário pré-junino de Campina sendo coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura (SECULT) em parceria com a Pró-reitoria de Cultura (PROCULT) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
O Zabumba Lá tem enaltecido artistas consagrados no que se refere aos festejos juninos na Rainha da Borborema como Capilé, o Clã Calixto, além de ex-locutores da nossa maior festa regional como Massilon Gonzaga e Evilásio Junqueira. De acordo com a secretária da SECULT, Giseli Sampaio, esse evento tem se caracterizado pela beleza das apresentações e pela sensibilidade nas homenagens que são feitas: “Nossa intenção com esse projeto é resgatar os saudosos programas de auditório que tem a parte documental e artística. Nessa perspectiva, os artistas homenageados fazem parte da história do São João e visamos a beleza cênica das apresentações e, sobretudo, o conteúdo cultural das apresentações.” E não faltou cultura na edição de quinta.
O público presente no Teatro pôde ver grupos como a quadrilha “Escorrega, mas não Cai” e o Grupo Tropeiros da Borborema, que intensificarem o sentimento de orgulho que os campinenses possuem pela festa junina, como ressaltou o contador Vitor Costa: “O evento foi muito bonito e cheio de atrações e pude ver pela primeira vez o grupo Tropeiros da Borborema se apresentando.”
Depois desses grupos, Amazan subiu no palco do Teatro e cantou grandes sucessos como “É hoje que só chego amanhã” e “A Cabritinha além de contar histórias, poesias e apresentar a importância dos seus amigos e familiares, em especial sua mãe Leticce na construção de sua carreira: “A gente só pode agradecer a Deus por chegar até aqui tocando e sendo reconhecido. São mais de 30 anos se dedicando à música e a cultura com muito trabalho”. Vários artistas e amigos deram depoimentos repletos de amor e carinho para Amazan que ficou visivelmente emocionado.
O Zabumba Lá recebe a parceria da Fundação da Universidade Regional do Nordeste, com transmissão da TV Nordestina sendo parte da programação do 18º Folkcom – promovido pelo Departamento de Comunicação Social e Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CSSA) da UEPB. A iniciativa, porém, não se restringe à área da Cultura e abrange também o Ensino, já que alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) se fizeram presentes no teatro e aprovaram a iniciativa como conta Ana Paula, gestora da Escola Henrique Guilhermino Barbosa, de Campina Grande: “É muito importante fazer essa homenagem em vida e principalmente para artistas locais porque, em geral, as pessoas só valorizam o que vem de fora. Do ponto de vista dos alunos, isso agrega muito porque eles conhecem um ambiente novo que respira cultura”.
AMAZAN, O CANTOR QUE VIVE INTENSAMENTE A CULTURA
José Amazan Silva é natural de Campina Grande mas, até os 19 anos, viveu em Jardim do Seridó, interior do Estado do Rio Grande do Norte. Ao voltar para Campina Grande ingressou no Grupo Tropeiros da Borborema no qual já demonstra o carinho pela poesia e música nordestina.Em 1989, Amazan grava o primeiro LP, naturalmente e daí em diante não parou mais tendo influenciado, até hoje, artistas de várias gerações. São 30 discos, três dvds, um dvd com poesias e três livros que demonstram a autenticidade do forrozeiro Amazan e todo seu amor pela cultura popular nordestina.
