Folkcom se despede da sua 18°edição com mesa aberta sobre religião e cultura.

Campina Grande, 4 de junho de 2023

Repórter: Virgínia Vasconcelos

Fotógrafa: Virgínia Vasconcelos

Editora: Gabryele Martins


Os artistas convidados para roda cultural compartilham sua arte e inspiram os presentes. Foto: Virgínia Vasconcelos/ Repórter Junino

Na última sexta-feira (02), ocorreu o encerramento da 18ª edição do Folkcom na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O evento celebra as diversas manifestações da cultura popular, e teve como tema principal desta edição “A Folkcomunicação e Cultura Popular: Crenças, Rezas e Curas como Expressões da Religiosidade Popular”. O dia foi dividido em dois momentos distintos, começando com uma mesa redonda composta por representantes de religiões de matrizes africanas, seguida por um encontro de cordelistas.

A primeira mesa do evento contou com a presença da professora, artista e mestre em artes visuais, Rebeca Araújo, que atuou como mediadora. Em seguida foram chamados os convidados Arlandson Matheus, juremeiro do terreiro “Terceira Casa de Santa Bárbara”, e Pai Leca, sacerdote da jurema sagrada e do candomblé. Durante o evento, foram discutidos diversos tópicos, como a jornada de iniciação de cada um em sua fé, a estrutura de cada religião e os desafios de lidar com preconceitos no dia a dia.


Arlandson Matheus, Pai Leco e Rebeca Araújo trouxeram esclarecimentos e curiosidades sobre as religiões de matrizes africanas brasileiras . Foto: Virgínia Vasconcelos/Repórter Junino

Pai Leca ressaltou a importância de desmistificar estereótipos negativos relacionados aos praticantes de religiões afro-brasileiras, afirmando: “É importante desmistificar que o macumbeiro é ruim, preconceitos nós passamos diariamente por muitos, principalmente quem vem de cidades menores, somos marginalizados, tidos como ruim, como perigosos, e poder ver pessoas dessas religiões em posições importantes, mesmo que não seja de um representante da jurema é tão legal ver alguém recebendo um título, um cargo grande, um reconhecimento por algo que você fez.”

O segundo momento do evento foi uma roda cultural sobre o cordel, que contou com a participação do artista e professor do departamento de psicologia, Jorge Delani, do professor do curso de jornalismo e poeta, Rafael Melo, e dos membros da academia de cordel do Vale do Paraíba, poeta Neto Ferreira e Jota Lima (Josenildo Maria), para compartilhar seus trabalhos no meio artístico, destacando a importância do cordel e outras expressões culturais. Foi um bate-papo descontraído sobre as experiências e vivências de cada um dentro da arte e sobre a importância de manter viva nossa cultura.


Os alunos chegaram cedo para garantir os melhores lugares pra o evento. Foto: Virgínia Vasconcelos/Repórter Junino

Ambas experiências foram marcantes aos estudantes presentes no local, que expandiram seus conhecimentos, Raquel Franklin, aluna do quinto período de jornalismo, compartilhou suas impressões sobre as partes favoritas do evento, afirmando: “Eu achei os dois tópicos da mesa muito importantes de serem abordados, mas a minha parte favorita foi o cordel. Aprendi que o cordel também é um produto jornalístico e isso me ajudou a superar a ideia de que o cordel é apenas um livrinho contando histórias. Na verdade, ele representa um movimento cultural. Acredito que essa perspectiva é extremamente relevante, e o Folkcom foi capaz de trazer isso para o público presente.” “Eu achei os dois tópicos da mesa muito importantes de serem falados, e a minha parte favorita foi o cordel, pois eu aprendi que o cordel também é um produto jornalístico e ajudou a tirar essa ideia que o cordel é apenas um livrinho contando histórias e sim um mover cultural, eu acho muito pertinente essa fala e que o folkcom pode trazer isso para cá.”

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