A busca pelo resgate da religiosidade nas comemorações juninas
Repórter: Letícia Ferreira da Silva
Fotógrafa: Gabryele Martins
Editora: Alberta Figueirêdo
A celebração do nascimento do profeta João Batista no dia 24 de junho, dá origem a uma das comemorações mais típicas do Brasil, o São João. A festa, que inicialmente chamava-se Joanina, ao longo dos anos incorporou o dia de outros santos do mesmo mês, virando Junina.
Ao longo dos anos, assim como outras comemorações religiosas, a festa modificou-se. As celebrações não se voltam apenas para a comemoração dos dias santos, missas e quermesses, agora, tradições mais modernas foram implementadas, como por exemplo shows e festas, que ganham cada vez mais atenção do público, não à toa temos 32 dias de show no maior São João do Mundo. O mais recente deles aconteceu na última terça-feira (06) com a participação do missionário Teto Fonseca e Padre Nilson, que atraiu milhares de fiéis ao palco principal da festa. Ambos os shows fazem parte da programação religiosa do Maior São João do Mundo, que em 2023 conta com três dias voltados para adoração e fé.
No local, além de devotos, muitos fãs do Padre Nilson estavam presentes, entre eles Socorro Pereira, 68 anos, que confessa ter interesse específico nas apresentações de cunho religioso. “Eu sou doente pelo padre Nilson”, diz quando questionada sobre qual atração estava mais ansiosa. As amigas Jaqueline Soares e Ana Lucia, elogiam o show: “Está maravilhoso, nota dez!”, ambas já acompanham o clérigo a anos.“Nós acompanhamos ele todos os dias, já fomos até João Pessoa para a Missa da Luz”, afirmam, sobre os dias voltados para a fé, as amigas concordam que são poucas datas: “Era pra ter mais dias, o mundo está precisando de mais oração, mais padres e pastores, só temos músicas do mundo, e um dia para pregação, eles deveriam contratar mais, para preencher o nosso vazio”. Apesar de termos outras atrações como o Padre Fábio de Melo (20) e Anderson Freire (27), o sentimento de Ana e Jaqueline é compartilhado por parte do público, inclusive dos mais jovens, Laila Quintino,19 anos, que também acompanha o Padre Nilson concorda que poderiam ser mais dias de adoração “Assim como lota os shows normais, poderia lotar também os shows gospels.”
Apesar das mudanças, as comemorações juninas não perdem força, se reinventam, nessa festa a fé ainda sim é o pilar, para quem trabalha, para quem visita, para quem canta ou para quem faz uma prece, o São João é para todas as fés.