As tradicionais palhoças levam o público mais velho às lembranças da juventude.
Repórter: Alberta Figueirêdo
Fotógrafa: Ana Lima
Editora: Gabryele Martins
Para muitos o São João no Parque do Povo se resume ao palco principal, com atrações ecléticas compreendendo diversos gêneros musicais, mas com o público mais velho, a festa vem carregada de muito arrasta pé nas ilhas de forró. Bastante tradicionais dentro d’O Maior São João do Mundo, estes espaços atraem um público que prefere dançar agarradinho ao som de trios de forró.
Localizadas dentro da cidade cenográfica, as famosas palhoças Zé Bezerra, Seu Vavá e Zé Lagoa são marcas registradas do São João, sendo o principal ponto para as famílias, idosos e crianças. Um espaço garantido que atrai os forrozeiros de todas as localidades, como Marta Falcão, a artesã de 63 anos mora em João Pessoa, mas não perde a oportunidade de prestigiar as festividades campinenses. “É a alegria, o forró em primeiro lugar e o povo que é aconchegante, mas o principal é o forró”, afirma. Para ela, se divertir nas festas juninas do Parque do Povo é dançar nas palhoças: “Não tem nem o que dizer, as palhoças em primeiro lugar”.
Não é diferente para Tânia Mary, a campinense de 60 anos veio acompanhada das amigas e acredita que as ilhas possuem um diferencial do palco principal. “É melhor por causa do forró. Gostei desse palco [Zé Bezerra], muito lindo e maravilhoso”, comenta já se preparando para dançar muito forró: “Ainda não dancei mas vou botar pra descer”.
Conhecer alguém no forró pode ser uma boa para os solteiros. Deu certo para o casal Sônia Maria dos Santos, 59 anos, e Manoel Félix, 61 anos, que namoram há 2 anos e 6 meses e se conheceram “num arrasta pé”. Eles nem mesmo sobem pro palco principal, vão direto para as ilhas: “Aqui dá para dançar um forró, legal mesmo. E principalmente com minha amada Sônia, aí que dá pra dançar mesmo”, comenta Manoel, e Sônia complementa: “Passamos o ano todinho dançando forró, se preparando para O Maior São João do Mundo”.
Seja para aqueles que vem com os amigos ou sozinhos, um par para dançar um “arrasta pé” não vai faltar. Os corações dos forrozeiros podem se preparar, pois enquanto houver São João e público para ouvir, as tradicionais palhoças que são parte importante e essencial para manter a cultura nordestina d’O Maior São João do Mundo vai se manter de pé. Os mais antigos vão continuar recordando a época da juventude, onde tudo teve início e os mais novos se familiarizar com típico fervor de ser nordestino no país do São João.