São João e comidas de milho formam uma combinação perfeita que não pode ser desperdiçada
Repórter: Matheus Farias
Fotógrafo: Eduarda Queiroz
Editora: Gabryele Martins
No mês de junho, ele está presente no cuscuz, na pamonha, na canjica e em vários outros alimentos. A versatilidade do milho torna esse cereal um dos mais queridos na mesa dos nordestinos, sobretudo nesta época do ano. Descoberto há mais de 7 mil anos na América Central e sendo base da alimentação indígena, junto com a mandioca, o milho tem inúmeras propriedades que fazem bem à saúde. Mas nem por isso deixa de ser desperdiçado, já que é comum encontrar restos desse cereal nas ruas de Campina Grande. Felizmente no Maior São João do Mundo, ações têm sido feitas para evitar esse problema.
Como mostrado anteriormente pelo Repórter Junino, a Gerência de Vigilância Sanitária (GEVISA), está atenta ao funcionamento das barracas e dos restaurantes no Parque do Povo, para evitar problemas, incluindo o desperdício: “ O acompanhamento está sendo feito antes da festa começar. Mas durante toda a noite também são feitas as inspeções, inclusive distribuímos cartilhas de recomendações para os donos dos estabelecimentos” afirma Pollycleide Bezerra, assistente administrativa da GEVISA.
Samantha Peixoto trabalha em um dos restaurantes na área do palco cultural do Maior São João do Mundo e comenta que os funcionários são orientados pela GEVISA a conservar e higienizar os alimentos além de evitar o desperdício: “ Todos os anos fazemos cursos para evitar esse problema tanto aqui no Parque do povo como na nossa sede já que aqui é uma extensão do restaurante. Trabalhamos com alimentos orgânicos e buscamos dar a destinação correta dos alimentos que sobram”.
O Brasil é um dos países com mais pessoas em situação de insegurança alimentar no mundo e um dos que mais desperdiçam alimentos. Segundo o movimento social Pacto contra a Fome, para alimentar, com uma dieta nutritiva e balanceada, os 33 milhões de brasileiros que passam fome, seria preciso uma quantidade equivalente a sete milhões de toneladas de comida por ano. O país desperdiça em média, ainda segundo o movimento, 55 milhões de toneladas nesse mesmo período, ou seja, oito vezes o necessário. Já de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% dos alimentos produzidos no Brasil são jogados fora, o que traz um impacto não só social, mas também ambiental, já que na preparação dessas comidas, a quantidade de água e de gases que aumentam o efeito estufa é muito grande.
Elizabeth Rodrigues frequenta o Parque do Povo há alguns anos e comenta que não tem visto desperdício: “ não tenho visto muito, principalmente nas barraquinhas que concentram muita gente’’. O São João de Campina se destaca, ao longo dos 40 anos de existência, por muitos fatores e o cuidados com os alimentos esse ano tem sido um desses fatores que tornam nossa festa ainda mais atrativa.