Emoção, alegria e amor define o evento que reuniu centenas de pessoas no quartel general do forró
Repórter: Thaylanny Almeida
Fotógrafo: Arthu Alexandre
Editora: Karolina Matias
Na noite desta segunda (12), véspera de Santo Antônio, popularmente conhecido como “Santo Casamenteiro”, foi realizada, na Pirâmide do Parque do Povo, a 33ª edição do Casamento Coletivo. O evento de cunho sociocultural tem o objetivo de democratizar o acesso ao casamento civil. Custeado pela Prefeitura, desde a documentação até os vestidos e os ternos dos noivos. Uma tradição que faz parte do calendário junino e integra a programação oficial d’O Maior São João do Mundo de Campina Grande, aproximadamente 2,5 mil casais já oficializaram a união.
Com uma decoração marcante, debaixo das bandeirolas e das imagens dos Santos: João, Pedro e Antônio. Além dos noivos, o público aguardava ansioso pelo grande momento. O espaço cada vez mais aglomerado com os forrozeiros que curtiam a programação do dia e prestigiavam os casórios. “É um momento emocionante para qualquer um, é uma iniciação a uma etapa diferente da vida e combinado com o São João cria esse caráter cultural”, pontua Carlos Alan, 65 anos, enquanto assistia à solenidade. Ketlyn Dantas, de 25 anos, acompanhou a cerimônia pela primeira vez e comenta animada: “Eu acho que vai ser inesquecível, principalmente para quem está vivenciando esse momento, porque o sonho de muitas pessoas é esse: casar”.
Os casais foram entrando um por um e ocupando seus lugares, mas antes do tão esperado “SIM”, o que não poderia faltar eram palavras sinceras exaltando o sentimento que foi a chave para tudo acontecer: o amor. “É uma edição em que muitas histórias começam e outras recomeçam, o mais importante ao fazer essa escolha é o respeito e o amor presente nos pequenos gestos. Lembrem-se, a paixão com o tempo se vai, o amor com o tempo se constrói”, destacou o prefeito Bruno Cunha Lima durante sua fala. O Juiz Leonardo Sousa também deixou uma mensagem para o público presente: “No mês que toca a nossa alma nordestina, nós cantamos, dançamos, sorrimos e exercemos a nossa nordestinidade, então nada mais apropriado nessa leva de emoções regionais do que celebrar e evocar o amor”.
Junto ao “SIM”, dito em alto e bom tom pelos casais presentes, veio a troca de alianças e o beijo para selar essa união. Um momento inesquecível e de muita emoção. Muitos se casando pela primeira vez, como Odete Galvício, de 51 anos: “É a primeira vez que estou casando, foi um momento muito feliz e eu chorei muito. Nos conhecemos quando ele [Antônio] estava trabalhando como pedreiro na minha casa, acabamos nos apaixonando e estamos juntos há 3 anos”, relatou a recém-casada. Outras relações são mais antigas, porém se conectaram a pouco tempo, como dizem popularmente: “Quando algo é para dar certo até os ventos sopram a favor”. O casal Mendonça é a prova disso, Alane e Flávio se conheceram há 10 anos, através das redes sociais, porém assumiram o relacionamento há 8 meses: “Decidimos nos casar no Parque do Povo porque o nosso sonho era casar, então aproveitamos logo essa oportunidade. Foi uma emoção muito grande, desde ontem sem conseguir dormir, a ansiedade era grande”, comentam emocionados.
Outro momento aguardado da noite, principalmente pelas solteiras, é o famoso ritual: quem pegar o buquê será a próxima a casar. Um homem caracterizado com vestes que fazem referência ao Santo Antônio ficou no meio da roda feita pelas recém-casadas que seguravam fitas e balançavam o buquê no alto, ao som do “anarriê” e “alavantu”, típico de quadrilhas juninas, à espera do momento certo para jogar. Confetes foram lançados no ar ao mesmo tempo que os buquês, levando o público à loucura. “Eu não esperava pegar o buquê, estava sentada no meu lugar e veio parar aqui. Eu não sou casada ainda, mas se aparecer alguém especial eu caso”, comentou Valdenice Limeira, de 60 anos.
Dança, animação, emoção, alegria e amor. Foi assim o término de mais uma edição do famoso Casamento Coletivo de Campina Grande. Já dizia a música “Amor de São João”, de Mastruz com Leite: “O nosso amor nasceu de uma fogueira/ Numa noite de São João/ Tinha forró, comida e brincadeira/ Todo mundo dançando no salão…Pra Santo Antônio você prometeu/ Que só ia deixar de me amar/ No dia que o forró acabar”.