SUDEMA fiscaliza manuseio de fogos com estampido em Campina Grande

Campina Grande, 14 de junho de 2023

Uma lei municipal proíbe a utilização de artefatos com estampido na cidade

Repórter: Matheus Farias

Fotógrafas: Briza Cunha e Gabryele Martins

Editora: Gabryele Martins


Os fogos fazem parte das tradições juninas. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

As festas juninas são carregadas de tradições milenares que vêm muitas vezes de outros lugares como as quadrilhas, surgidas na Europa, e as comemorações envolvendo os fogos. Eles surgiram na China como forma de agradecer aos deuses pela boa colheita, afastar os maus espíritos e acordar São João com barulho. É justamente esse barulho que vem sendo fiscalizado pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba (SUDEMA).

Segundo a coordenadora de meio ambiente da região de Campina Grande, Lilian Ribeiro, a fiscalização ocorre em parceria com o Corpo de Bombeiros e policiamento ambiental: “Até agora a população tem obedecido as normas a respeito dessa questão. Na véspera e no dia de Santo Antônio, por exemplo, não encontramos irregularidades nessa questão dos fogos e das fogueiras. Só encontramos 17 fogueiras pequenas. ”, explicou.

A Lei Municipal nº 8527/2022, aprovada ano passado pela Câmara de Vereadores, impede o manuseio de fogos com estampido na cidade. Para a autora da proposta, Vereadora Jô Oliveira ( PCdoB), a lei é necessária para proteção de grupos como os autistas e animais: “A gente não trata da comercialização mas ela atende uma reivindicação de várias pessoas representantes de ONGs de animais, de autistas e outros que nos procuraram a respeito dos prejuízos que os artefatos barulhentos podem provocar”. 


De acordo com a lei, os estabelecimentos devem afixar na entrada, de forma visível ao consumidor, placa informando sobre a proibição do manuseio, utilização, queima e soltura de fogos de estampidos.

Atividades que envolvam fogos devem ser feitas com artefatos silenciosos, sob pena de multa.

João dos Fogos vende esses produtos há mais de dez anos na zona oeste da cidade e diz que não conhece fogos silenciosos e que todos tem um pouco de estampido: “Nós não fabricamos esses produtos. Apenas vendemos os que vêm da fábrica. Eu nunca vi fogo silencioso como estão dizendo.”


O comércio de fogos em Campina passa de pai pra filho. Foto: Briza Cunha/Repórter Junino

Conforme já foi mostrado pelo Repórter Junino, o bairro de Dinamérica, concentra muitos comerciantes de fogos que estão há décadas com suas barracas nessa região e segundo Lilian Ribeiro eles podem vender artefatos com estampido apenas esse ano: “A determinação do Ministério Público é que esse ano eles podem comercializar esse tipo de material, porque eles já haviam comprado esse tipo de fogos. A partir do ano que vem, os comerciantes só poderão vender os artefatos sem estampido”. Ela explicou ainda como as pessoas podem denunciar poluição sonora causada por fogos: “Só ligar para a Polícia Ambiental, pelo 190”.

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