Repórter: Matheus Farias
Fotógrafos: Elisa Bernardo, Jade Rocha e Matheus Farias
Editora: Gabryele Martins
As paisagens naturais encantam povos e culturas diferentes ao redor do mundo. Em cada lugar, existe um ecossistema único que transmite beleza, vida e energia. Isso gera em nós uma conexão para com a natureza que possui cinco elementos: Terra, Fogo, Água e Ar. Eles estão presentes não só no meio ambiente, mas em nós e em tudo que fazemos, inclusive nas festas juninas.
Nesta edição de 40 anos do Maior São João do Mundo, por exemplo, muitas pessoas dançaram aquele bom forró pé de serra debaixo da água da chuva que sempre cai nessa época do ano em Campina. Mariana Farias é natural de Aroeiras-PB, mas veio para o Parque do Povo na noite do último sábado (17), quando caiu uma garoa fina na Rainha da Borborema e afirma que isso não a afastou de dançar: “ Não tive dificuldades com a quantidade de chuva, nada que atrapalhasse a minha diversão e o show em si”. O ar frio também não a incomodou: “ Devido a quantidade de gente, o calor humano esquentou. Por sinal, a brisa ajudava a aliviar esse calor’’.
Esses dois elementos da natureza têm algo em comum dentro do universo da espiritualidade, pois fazem lembrar a importância de uma mente ativa, com memória equilibrada e pensamentos resilientes, afinal, como diz, o velho ditado “ água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Essa frase popular passa uma mensagem de perseverança e flexibilidade, algo que o São João de Campina Grande tem de sobra e isso está bem presente no chão do Parque do Povo, que no início da nossa festa era de terra batida, como comenta Margarida da Mota, que viveu essa época enquanto secretária municipal de Educação e Cultura: “Era uma lama danada porque era ali o sangradouro do Açude Novo e a gente mandava colocar brita e pedregulhos para o pessoal dançar, mas do meio para o fim da festa já estava tudo na lama e tinha que colocar outra camada de brita.”
O elemento terra também fala de firmeza e determinação e para chegar aos 40 anos de São João, essas virtudes são muito necessárias segundo Margarida, quando questionada sobre como foi possível tornar nossa festa a maior do Mundo: “Eu acho que a festa cresceu muito no centro da cidade e nós trabalhamos muito para ela crescer e para que não morressem as iniciativas dos bairros’’.
Pois é, as festas juninas não estão apenas nas áreas centrais ou nos grandes centros urbanos. Andreani Silva, moradora da cidade de Picuí, no Curimataú Paraibano, relembra o tempo em que era criança no período de São João na zona rural da cidade: “Era um momento maravilhoso. Os adultos ficavam conversando perto da fogueira e as crianças brincando. Papai comprava aqueles fogos como chuva de ouro e a gente soltava.” Assim, o São João e natureza andam juntos e transmitem não só beleza, mas também energia e vitalidade, qualidades ilustradas pelo elemento fogo, no coração de cada nordestino(a).