Pela nona vez, Pocinhos recebe a cavalgada em seu arraial que completa 30 anos de história em 2023.
Repórter: David Henrique
Fotógrafo: David Henrique
Editora: Gabryele Martins
A cavalgada
As cavalgadas surgiram no Brasil entre os séculos XVII e XVIII. Conduzindo o gado bovino de uma fazenda para outra, iam os tropeiros (homens que saíam em tropa a cavalo, para levar alimento até outras terras); eles acampavam para agradecer e pedir proteção divina tanto para eles, quanto para os animais. Na Paraíba, os mais conhecidos eram os da Borborema, que galopavam levando água e “charque” – carne salgada para aguentar o trajeto sem resfriamento – em busca de bênçãos e outros fins.
Com o tempo, a cavalgada se tornou uma atração que impulsiona a cultura e economia dos locais que ainda cultivam esse ato. Turistas de todo o país vão até as cidades, para participar da caminhada com os tropeiros e ver a extensão dela. Em Pocinhos, na Paraíba, a tradição nunca deixou de ocorrer, mas, como evento, em 2023 aconteceu a nona edição.
No último dia 25 de junho, os pocinhenses saíram às ruas na Cavalgada que teve início às 07 horas, em um distrito chamado Arruda, com um café da manhã, inscrição e entrega das blusas; que foram vendidas para arrecadação de leite que será doado para o Hospital de Câncer de Campina Grande.
Depois seguiu o cronograma:
09h – Oração coletiva
09h30min – Saída para o ginásio poliesportivo “O Adrianão”
12h – Entrega de comendas e feijoada
O trajeto
A Cavalgada começou no Arruda e seguiu para o ginásio poliesportivo “O Adrianão”, passando por inúmeros bairros da cidade até chegar no último ponto. Na linha de frente do cortejo, as bandeiras do Brasil, Paraíba e Pocinhos foram destaque; atrás o trio com Joãozinho Aboiador e Leonardo Aboiador, prefeita (Eliane Galdino) e vice (Pauliano Lamec), secretária de Turismo (Marissandra Porto) organizadores, imprensa (Repórter Junino) e a Miss Universo Paraíba 2023 (Ana Vitória), fazia o circuito sendo aplaudido e filmado por pocinhenses orgulhosos.
Em seguida, os cavalos e seus respectivos donos faziam uma cena histórica para a Cidade Menina ou das Pedras, como Pocinhos é conhecida.
Durante o trajeto, foi proibido a queima de fogos.
As homenagens
Os organizadores do evento encolheram algumas personalidades da cidade para serem homenageadas. Luís Gonçalves, Nenê de Tobias, Mercim José, João de Louro, Luís Sebastião, Maurício de Araujo, Donato Diocleciano, José Carreiro, Adriano Galdino, dentre outros. Durante o trajeto, versos eram feitos para eles, seguidos de aplausos e muita emoção. Familiares, amigos e alguns dos homenageados esperavam a cavalgada em pontos específicos da cidade para receber os lauréis.
Heloísa, filha de um dos homenageados, diz o quanto é importante o evento em sua vida: “Fazer parte da Cavalgada de Pocinhos, sempre foi uma honra, pois é um evento histórico, muito importante para a cidade e para os que gostam também. Tenho um prazer enorme de fazer parte, participo desde os meus nove anos de idade”. Ela ressaltou ainda a felicidade que sente vendo o pai ser homenageado: “Saber que meu pai foi homenageado é uma satisfação imensa, pois ele é merecedor. Ele é esforçado e dá a vida por essa cavalgada.”
A devoção
A tradição continua e o objetivo inicial da cavalgada perdura até a atualidade. Após a chegada no ponto de parada, os donos guardaram seus animais e seguiram em cortejo carregando a imagem de Nossa Senhora de Aparecida até o pódio. Lá dentro do arraial do Cariri, especificamente no palco cultural, ocorreu o final do evento, com entrega de feijoadas e troféus. Após isso, teve início a festa no palco principal.
Ano que vem a Cavalgada de Pocinhos completará uma década de existência sendo atração do Arraial do Cariri, um dos arraiais mais grandiosos da região e que em 2023 completou 30 anos.