Lagoa seca, a terra do artesanato, é palco de muita cultura e apresentações musicais
Repórter: Thaylanny Almeida
Fotógrafa: Débora Andrade
Editora redes sociais: Letícia Fernandes
Editor: Fernando Firmino
O penúltimo dia da Festa do Artesanato, em Lagoa Seca, aconteceu neste sábado (13), contando com uma programação diversificada. Além do Salão de Artesanato, as apresentações musicais garantiram a animação da festa. Quem subiu no palco cultural Zacarias Jerônimo da Costa foi Cafú e Lú Neves, e Diogo Cirne, já no palco principal os shows foram de Fabrício Rodrigues, Banda Encantus e Vicente Nery.
O primeiro a se apresentar no palco principal foi Fabrício Rodrigues, que trouxe um repertório diferenciado e o seu toque especial: o Arrocha. “Nossa característica do Arrocha costuma colocar tanto as nossas músicas quanto de outros artistas também em Arrocha, a gente transformou na pegada essa mistura do Fabrício Rodrigues”, comenta. Se apresentando pela primeira vez em Lagoa Seca, o cantor fala empolgado sobre essa experiência tão gratificante: “Que galera contagiante, que público maravilhoso, uma terra hospitaleira. A gente agradece de coração, obrigado Lagoa Seca, a gente espera voltar a essa terra maravilhosa, onde tem o melhor e maior artesanato do Brasil”.
A segunda e mais aguardada atração da noite foi a Banda Encantus, que colocou todo mundo para cantar e dançar ao som das suas músicas apaixonadas. Henrique Farias, 17, estava ansioso pela apresentação: “Eu tô aqui só esperando a banda Encantus […] A melhor banda de hoje, inclusive, a melhor do show”, destaca. Manu Barbosa, uma das vocalistas da banda, fala sobre a felicidade em fazer parte desse momento: “Eu particularmente sou apaixonada pela arte, então, assim, fico muito feliz de ver uma cidade, né, a prefeitura valorizando o artista popular. Isso é bonito demais”. E Marcelo Mendes aproveitou a ocasião para deixar um recado para os fãs de Campina Grande e região: “Dia 7 também tem Banda Encantus no Parque do Povo, fazendo um showzaço para a moçada de Campina Grande e toda a região da Paraíba”, pontua o cantor.
A última atração, para encerrar o dia de apresentações musicais no palco principal, foi o cantor Vicente Nery. Com um repertório versátil, incluindo sertanejo, forró, piseiro e música romântica, veio para agradar todos os públicos e garantir a animação total no final da festa. O cantor já tem vários anos de estrada e conta com fãs fiéis que acompanham o seu trabalho desde o início, como ele mesmo afirma: “São tantos anos na estrada, e a inovação do meu público é impressionante, porque o público que começou a me ouvir, hoje é pai, é mãe, e os filhos continuam sendo fãs do Vicente Nery, então sou muito grato a Deus por isso”, finaliza.
O artesanato e suas riquezas
A Feira do Artesanato – Festival Estadual do Artista Popular – celebra o que há de mais valioso na cultura local: o artesanato. Nesse ano, o evento contou com várias novidades para trazer ainda mais visibilidade para os nossos artistas. Uma delas é o concurso para eleger as três melhores peças artesanais, onde 14 artesãos do município estão participando, com premiação em dinheiro para os ganhadores. Outra novidade é o ArteCast, um podcast dedicado a promover bate-papos com os artesãos para conhecer um pouco mais das suas histórias e trabalhos artísticos.
O Salão de Artesanato é o grande destaque do evento, com uma escultura religiosa em madeira e roupas de estopa e crochê dispostos na entrada, já encantam o público, sendo uma prévia do que será visto ao longo do salão. Entre os mais de 70 artesãos expondo seus trabalhos, dona Osilene Bezerra, 53, se destaca pelo bordado em ponto oitinho e ponto bainha, além de produzir ornamentados pesos de porta. Em entrevista, a artesã falou um pouco sobre o início do seu trabalho e em como ama participar de eventos como esse. “Eu comecei desde 2010 e fui convidada por uma amiga a participar de um curso em Lagoa de Roça, em outra cidade. Cheguei lá e conheci muitas senhoras de 70, 80 anos fazendo um projeto de bordado e eu adorei participar. E onde tiver feira de artesanato eu participo. Eu amo participar”, ressalta Osilene.
O artesão Martinho de Araújo, 73, que inclusive está participando do concurso “Diversidade Cultural de Lagoa Seca”, também trouxe o seu trabalho referente a tipologia da madeira. Há mais de 40 anos, Martinho se dedica a essa arte de produzir miniaturas decorativas de casas de farinha, casas de taipas, rurais e engenhos. Ele conta como surgiu o seu interesse por essa expressão artística: “Esse trabalho mesmo eu fui vendo dos meus antepassados […] E teve a tradição da minha sogra que era artesã renomada, mas em escultura. E o meu ideal era esse, reproduzir essas coisas que eu via, como as casinhas rurais”. Martinho ainda enfatiza a importância do evento para a nossa cultura: “É de grande importância para divulgar os produtos dos nossos artesãos e mostrar que Lagoa Seca é muito rica em artesanato. Eu considero Lagoa Seca uma das cidades mais ricas em artesanato”.
Os produtos gastronômicos artesanais também foram destaque na festa. Leon Denis, 44, trabalha com apicultura há 22 anos e é a terceira vez que participa divulgando o mel legítimo da abelha, 100% natural. Uma novidade é a famosa cana com mel, que é o seu carro-chefe. “A ideia surgiu porque a gente via muito nas festas o pessoal vendendo cachaça com mel. Mas na verdade era mel de rapadura. Aí nós tivemos a ideia de juntar o mel de abelha com a verdadeira cachaça do brejo e aí ele fica maturando cerca de 20 dias e temos um preparo especial, uma infusão que a gente adiciona para dar um sabor diferenciado”, salienta o apicultor. De peças artesanais à gastronomia, a Feira do Artesanato é sinônimo de originalidade e visibilidade para aqueles que são os verdadeiros protagonistas da festa: os artesãos de Lagoa Seca.
