Mestres da Arte: A “Vila do Artesão” se prepara para os festejos juninos

Campina Grande, 17 de maio de 2024

Artesãos campinenses veem sua arte ser procurada e valorizada próximo a uma das maiores festas culturais do país

Repórter: Sara Kely
Fotos: Sara Kely
Editora: Eduarda Queiroz


O artesanato nordestino é marca de uma manifestação cultural entre as tradições e a história da região. Em suas peças, estão elementos da vida cotidiana, histórias, e também  a expressão religiosa do Nordeste. É por isso, que nesse tipo de manifestação podemos enxergar a identidade cultural da região, afinal de contas, a maioria de seus mecanismos de produção, é passado de geração para geração. A Vila do Artesão, em Campina Grande, é um dos lugares para se apreciar a arte dos artesãos. Essa modalidade artesã é destacada por peças coloridas, bordados, objetos compostos por barro e cerâmica. Essa herança artística, que nos cerca e nos presenteia com artes criativas feitas à mão pelos artistas campinenses. 


Foto das pirogravuras: Olga Benário, Gilberto Freyre, Leon Trotsky, Câmara Cascudo e Frida Kahlo representados em pirogravuras feitas com fogo. Foto: Sara Kely


A chegada do Maior São João do Mundo 

Na época dos festejos juninos, artesãos veem sua arte ser valorizada mais do que em qualquer outra época do ano. Nesse período, os turistas de várias outras regiões do país chegam para comprar o que eles produzem. É momento de todos se prepararem, como acontece com os artesãos da “Vila do Artesão”. 

Mairan Batista, é dona da “M.B Artesanato” , juntamente com o seu marido Adailton David. Ela nos conta que suas expectativas para o período junino são sempre as melhores possíveis: “Estamos nos preparando desde o mês de fevereiro. Renovando estoques e preparando algumas novidades. Estou fazendo os vestidos juninos infantis, galinhas decorativas e outros itens que remetem a nossa época junina, pois essa é a época que a Vila é mais visitada e tem mais visibilidade.”

Galinhas decorativas feitas para o período junino. Foto: Sara Kely


Já Flávio Motta, dono da “ArtZen”, com sua esposa Iraneide Gouveia, relata que está trazendo novidades produzindo “peças com cenários nordestinos e esculturas em madeira da família com seus pets.” Enquanto que Vanessa Kelly é gerente do “Armorial Empório das Artes”  e contou que a animação é tanta que a Vila foi toda reformada para esse período, ela ainda comenta que costuma brincar que o período junino é o seu “décimo terceiro” e está fazendo tiaras em algodão colorido para receber os clientes que irão chegar. 


O aumento da renda e o reconhecimento dos turistas

Com o aumento dos turistas na cidade por causa do São João, o fluxo na Vila do Artesão cresce consideravelmente, melhorando o lucro dos artesãos da Vila. “Essa é a época onde conseguimos ter vendas consistentes. A Vila só tem procura na época do São João”, diz Mairan.

Josafá de Orós, dono do “Armorial Empório das Artes”, conta que o aumento das vendas nessa época permite até mesmo alguns investimentos no negócio e que os turistas “em geral entendem e valorizam mais do que as pessoas do município”, reitera.

Vanessa relata que os turistas apreciam bastante o artesanato nordestino: “Eles sabem da importância que o artesanato tem para nossa cultura. Sabem do significado e valor de você adquirir uma peça produzida a mão.” Já Flávio conta que sua renda aumenta 200% nessa época e que vem pessoas até mesmo de fora do Brasil: “tem muitos turistas na cidade nessa época e nossa cultura é bastante valorizada.” 

A Vila do Artesão é um local onde podemos ver a cultura nordestina ser bem representada, por isso, ela passa a ser um espaço que não pode faltar no São João, uma festa que viabiliza a cultura do Nordeste e deixa os artesãos à espera de ver sua arte ser reconhecida. 

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