Os caldinhos são uma tradição e oferecem uma deliciosa variedade de sabores para aquecer as noites frias no Parque do Povo
Repórter: Diney de Melo
Fotografia: Nicolas Almeida
Editora: Nathália Aguiar
O coração do “Maior São João do Mundo”, em Campina Grande, além de ser uma celebração de música e dança, é também uma verdadeira festa de variedades gastronômicas. Entre as várias delícias típicas da época junina, os caldinhos se destacam como um dos aperitivos mais querido pelos forrozeiros. Com uma grande variedade de sabores, essas pequenas porções de caldo quente são uma marca registrada da festa e atraem moradores e turistas.
As comidas à base de milho, como a pamonha e canjica, são as estrelas gastronômicas de qualquer festa junina de respeito. No entanto, durante o mês de junho, a Rainha da Borborema começa a esfriar e ter um clima mais ameno, com dias chuvosos que pedem algo para esquentar. No Parque do Povo, é tradicional a venda dos caldinhos em diversos sabores, que servem para aquecer as noites frias desta época.
A tradição não é de hoje. Há dezoito anos, Valmir Moura oferece a experiência aos seus clientes: “Vim dar um passeio aqui em Campina Grande, de férias, e vi que o comércio era bom. Quando voltei para Maceió, minha cidade, pedi demissão da empresa que trabalhava e decidi vir vender caldinhos. Temos doze tipos de caldos aqui e os que mais saem são os de picado de bode, fava, camarão e peixe”, compartilhou.
Kennedy Lima, outro comerciante de caldinhos, iniciou suas atividades no comércio por brincadeira. Advogado de profissão, ele tinha um espaço ocioso em seu escritório em frente à pirâmide do Parque do Povo, e o aproveitou para abrir o comércio, que hoje conta com dezoito funcionários e dois pontos de venda no São João de Campina. Ele nos conta do sucesso dos caldinhos: “Começou com uma brincadeira entre amigos. Foi sucesso e esse ano duplicamos de tamanho. Todos os caldos são bem aceitos por todos, mas o caldinho mais pedido é o de quenga e neste ano está superando as nossas expectativas”, comentou.
Carlos Antônio conta que a oportunidade de vender caldinhos surgiu por causa do período de frio na cidade, que se inicia nesse mês de junho: “Os mais pedidos aqui são os caldos de quenga e o verde. Quenga é um nome bem curioso; os ingredientes desse caldo são: peito de frango, bacon, calabresa, couve e macaxeira. E esse levanta até defunto de cem anos”, concluiu sorrindo.
Hoje, a oferta de caldinhos no Parque do Povo é vasta e atende a todos os gostos. Cada vendedor traz sua própria receita, adicionando um toque especial que torna cada caldinho único. Também é costume receber uma dose de cachaça ou a famosa brejeira – bebida típica do Nordeste e destilada da cana de açúcar- como brinde para acompanhar.
Os caldinhos no Parque do Povo são mais do que uma simples iguaria; são uma tradição que une gerações e oferece um sabor autêntico da festa junina mais famosa do Brasil. A expectativa é de que essa tradição permaneça forte, encantando sempre mais visitantes.