Monumento ‘Farra da Bodega’: A personificação da cultura nordestina

Campina Grande, 14 de junho de 2024

Esculturas de bronze dos ícones Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro tornaram-se um dos principais pontos turísticos na terra do Maior São João do Mundo

Repórter: Victoria Freitas
Fotografia: Victoria Freitas e Pablo Élyton
Produção e edição: Pablo Élyton
Especial: UFCG-UEPB


Monumento Farra da Bodega. Foto: Pablo Élyton

Às margens do Açude Velho, encontra-se um dos mais apreciados cartões-postais da Rainha da Borborema: o monumento ‘Farra da Bodega’. Inaugurada em 2003, a escultura é obra do artista campinense Joás Pereira Passos. Trata-se de uma homenagem, em forma de estátuas de bronze, a dois gigantes da música nordestina: Luiz Gonzaga, o inesquecível Rei do Baião, e Jackson do Pandeiro, o incomparável Rei do Ritmo. Um pernambucano e um paraibano que, juntos, simbolizam a riqueza cultural do Nordeste e estão entre os maiores ícones da música nordestina e brasileira. 

O monumento busca reforçar e eternizar traços da legítima cultura do Nordeste brasileiro. Sua presença é notável, especialmente durante os períodos mais movimentados da cidade, como a festa de São João, o Carnaval e o Natal, atraindo turistas que se interessam pela história dos artistas e dos elementos culturais representados. Além da imagem dos dois ícones da musicalidade nordestina, a obra artística apresenta uma mesa com garrafas, copos, petiscos nos pratos, e cordéis que são alguns dos principais símbolos da cultura regional.

Situado às margens do principal e mais visitado cartão postal da cidade, o memorial se tornou parada obrigatória para os turistas que fazem diversos registros fotográficos na bodega mais famosa de Campina Grande. A visitante Izadora Mesquita, de Brasília, destaca a importância da arte pública, que instiga a curiosidade e promove a troca de conhecimentos sobre a história e os artistas locais. “Eu acredito que é muito importante ter arte na rua, pois instiga a troca de conhecimento. Faz com que busquemos saber a história, quem é o artista, quais músicas ele tocava e cantava. É muito importante ter essa cultura perto do povo”, comentou.


Monumento de Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo. Foto: Victoria Freitas

A localização da escultura também é vista como estratégica pelos turistas, despertando ainda mais interesse para visitação. Rogério Nitsch, paulista que mora em João Pessoa há sete anos, considera muito valiosa a escultura. “Eu acho que ela é muito interessante do ponto de vista dela ter uma localização, uma referência na cidade, que ela consegue chamar atenção, já que faz referência a grandes artistas da área musical. Então, eu acho que ela é importantíssima porque ela consegue trazer a importância para esses dois artistas que relembram a cultura do Nordeste.

O historiador Victor da Rocha afirma que esculturas como a Farra da Bodega mantêm viva a memória cultural e perpetuam as tradições nordestinas para as futuras gerações. “Esculturas são, por excelência, um marco de lembrança de algo ou alguém. As erguidas no início dos anos 2000, trazem consigo a representação de dois artistas que abrem caminhos para o respeito e aformoseamento da cultura nordestina. Servem para, além de embelezar o ambiente, manter viva a cultura, a tradição e a memória desses dois expoentes”. 

O monumento Farra da Bodega é exemplo de como uma obra de arte ajuda a manter viva, traços característicos da cultura do povo nordestino e, de quebra, tornar ainda mais bela e atrativa a majestosa Rainha da Borborema, terra da maior festa junina do Brasil e do mundo. 


Monumento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Foto: Victoria Freitas

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