Situado no coração de Campina Grande, o lugar se transforma para receber o grande fluxo de turistas durante os festejo juninos
Repórteres: Kaline Araujo e Anderson Procópio
Fotógrafos: Otávio Moreira e Ana Luz
Edição: Clara Santos
Produção: Luiza Dotta
Especial: UFCG-UEPB
O São João de Campina Grande, conhecido como o “Maior São João do Mundo”, é um evento que transcende a tradicional festa junina e se torna um marco cultural e econômico de grande potencial para a cidade. A festa, que dura todo o mês de junho, acontece em vários polos espalhados dentro e fora da cidade, e um dos locais que é um diferencial da festa, é a Feira Central, um ambiente que se destaca tanto pelos festejos quanto pelo comércio e tradição histórica e cultural.
Atualmente a Feira Central de Campina Grande, está localizado no coração da cidade, no Centro, e atualmente ocupa um espaço de 75.000 m² distribuídos por nove ruas. A história da fundação da cidade de Campina Grande se funde à história da Feira Central, e com o passar dos anos,o local passou a ser extensão dos eventos e festividades que permeiam a cidade como um todo, principalmente durante o mês de São João, onde a cidade se adapta a uma nova realidade típica desse período.
O sucesso da Feira Central de Campina Grande se dá a partir do potencial econômico empreendedor dos feirantes, que aproveitam a festa junina para um significativo incremento econômico. De acordo com Aguinaldo Batista, gerente administrativo da Feira, nos dias de maior movimento estima-se uma circulação de cerca de 83.000 pessoas, porém em período junino é difícil quantificar o movimento, pois não há um controle de entrada e saída. Ele assegura, porém, que a arrecadação financeira nesse período chega a dobrar, em comparação aos dias normais, representando um espécie de 13° para os comerciantes do local.
Ainda segundo Aguinaldo, o período junino tem uma importância muito grande para a Feira Central, pois estimula o andamento e criação de projetos que a partir do seu lançamento ganha a cidade, fazendo deste que já foi reconhecido como patrimônio cultural do Brasil, uma das principais vitrines durante a festividade do Maior São João do Mundo.
O local se transforma em um verdadeiro arraial durante o mês de junho, oferecendo uma experiência única que combina o melhor do comércio, da cultura e da festa junina. Os bares ganham ornamentação diferenciada com bandeirolas e outros símbolos juninos e é montado um quiosque para apresentação de trios de forró, dando ao lugar uma nova ambiência.
Considerada um dos maiores mercados populares do Brasil , a feira, que já é conhecida pela sua diversidade de produtos, incluindo frutas, verduras, carnes, roupas e artesanato, ganha um novo ritmo com a chegada das festas de São João. Neilma Ricardo do Nascimento, que atua na Feira Central há 24 anos, nos informou que o período junino impacta positivamente o comércio como um todo, alterando a rotina dos feirantes com o aumento do consumo de comidas típicas. Ela ainda reforça que antes desse período, se programa e investe em seu ponto, desde a ornamentação com bandeiras e símbolos característicos, até a modificação da sua estrutura para tornar um espaço ainda mais atrativo.
Telma dos Santos, comerciante de artesanatos na Feira Central, conta que até o mês de abril as vendas estavam fracas, mas quando começou o mês de maio já começaram a melhorar. Ela explica que como o São João começou antes do mês de junho, este ano, o pessoal já foi procurando e o comércio já foi dando uma respirada, bem melhor. “Quando chega nesse período, o pessoal procura muito pelos balões, chapéus enfim, tudo que é colocado de pouco na loja se vende. A gente vende o ano todinho, mas quando chega nessa temporada para o São João as vendas alavancam e é quando dá um suspiro para nós comerciantes” conclui ela.
Turistas de diversas regiões do Brasil e do exterior vêm para experimentar a autêntica cultura nordestina. A presença de turistas não só impulsiona as vendas, mas também promove um intercâmbio cultural, onde visitantes têm a oportunidade de vivenciar tradições locais de perto.
O casal de turistas Ronaldo e Deise, detalham que vale a pena conhecer a feira central, destacando a culinária. “É muito da cultura de vocês, diferente de onde nós moramos, então, é um carinho gigantesco e delicioso, dá vontade de levar tudo, mas a mala não permite. A feira aqui realmente é diferenciada, você não encontra no sul e no sudeste tanta coisa boa junta, frutas, verduras, carne, artesanato com tanta qualidade e natural”, concluiu Ronaldo.
A Feira Central, com sua combinação única de comércio e cultura, exemplifica como as celebrações juninas podem fortalecer as comunidades locais, impulsionar o desenvolvimento econômico e atrair turistas. Um comércio vibrante que faz da festa uma experiência inesquecível para todos os envolvidos, especialmente para os turistas que levam consigo memórias e histórias para contar.