Casa do Carnaval, em Recife, recebe a exposição “São João de Contrastes”

Campina Grande, 14 de julho de 2024

A mostra fica em cartaz até o dia primeiro de setembro e tem entrada gratuita.


Repórter: Samya Amado

Fotógrafa: Gabryele Martins

Editora: Gabryele Martins


Exposição provoca reflexões a partir do contraste entre o monocromático e o colorido. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

A ‘São João de Contrastes’, que celebra as festas juninas com um olhar interiorano e ao mesmo tempo contemporâneo, traz as obras dos artistas visuais Catarina Dee Jah e Lourenço Gouveia. A mostra é um convite a viajar pela história do São João através dos figurinos usados pelas quadrilhas. 


Figurinos de quadrilhas juninas contrastaram com artes em xilogravura. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

No salão do térreo, alguns figurinos foram dispostos em meio ao cenário de xilogravuras, como explica o guia Antony Assis: “As quadrilhas forneceram pra gente figurinos de apresentações passadas, como a [quadrilha] Lumiar, Raio de Sol, Menina Matuta e a Rosa Linda, que é a mais antiga do estado de Pernambuco”, disse. 


Figurino da quadrilha Rosa Linda, da cidade de Paudalho – PE, considerada a junina mais antiga do estado. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

Em contrapartida, o monocromático das xilogravuras deixa a exposição ainda mais instigante: as paredes e bandeiras em preto e branco contrastam com o brilho, detalhes e cores fortes sempre presentes nos trajes das quadrilhas.

No piso superior do local, o visitante pode conferir a exposição fixa da casa, com os estandartes dos Maracatus do Baque Virado e do Baque Solto, além dos estandartes indígenas. 


Piso superior conta com uma exposição fixa sobre o carnaval. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

Artistas da cultura popular carnavalesca e da cultura negra também são homenageados em uma galeria fotográfica logo na entrada. “O maracatu mais conhecido do estado de Pernambuco tem como figura icônica a Dona Santa, que quando vai se estudar o Maracatu de Baque Virado, que é mais presente aqui na região metropolitana do Recife, ela é a figura que todo mundo conhece”, explicou Antony.

Dona Santa foi a rainha do Maracatu Elefante e é considerada a matriarca dos maracatus e terreiros, além de ter sido uma importante iyalorixá da região, se consagrando não apenas como um símbolo feminino de força e resistência, mas como uma das figuras mais importantes da cultura negra pernambucana. 


Dona Santa, figura icônica dos maracatus de Pernambuco. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

A casa do carnaval

O espaço é um centro de formação, pesquisa e memória, que se destina a pesquisas sobre as diversas manifestações da Cultura Popular (Carnaval, São João e Natal).


Casa do Carnaval, Pátio de São Pedro. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino

É no segundo piso onde se encontra não apenas a exposição que remonta a história dos maracatus, troças e clubes carnavalescos, mas um acervo variado e o centro de documentação com mil volumes impressos, desde livros, fotografias, cartilhas culturais, catálogos, até dissertações, cartas e notas jornalísticas, sendo um verdadeiro tesouro histórico de Pernambuco.


Serviço:


Exposição “São João de Contrastes”

Local: Casa do Carnaval. Pátio de São Pedro – Recife.

Visitação: de 27/06 a 01/09, de quarta a domingo, das 10h às 16h.


Estandarte carnavalesco. Foto: Gabryele Martins/Repórter Junino
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