‘Os sertões que nos atravessam’: Exposição une cultura e representatividade 

Campina Grande, 1 de maio de 2025

Com apoio da Lei de Incentivo à Cultura Paulo Gustavo, a população de Campina Grande terá acesso a representatividade do ser sertanejo


Repórteres: Ana Luz Rodrigues e Emily Piano.
Fotografia: Ana Luz Rodrigues e Emily Piano
Edição: Fernando Firmino


A exposição traz elementos de casas do sertão. Foto: Emily Piano/Repórter Junino

“Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar.” Para o coletivo Balaio das Artes Ateliê, a obra de Guimarães Rosa é referência  e inspiração para criação. A exposição, sua oportunidade de mostrar e honrar através da arte, símbolos, lugares e antepassados. 

“A obra de Guimarães é muito forte. Assim como o tema da exposição, fala muito sobre os sertões que nos atravessam. Nossas obras querem mostrar esses sertões que ele retrata, a parte mais profunda das vivências sertanejas”, destaca uma das idealizadoras e artista da exposição, Amanda Cosme. E complementa sobre a representatividade:  “A gente se emociona porque nós temos muitas vivências das nossas avós, mães, pais, que viveram essas tradições e passaram para a gente, e que vocês também  podem ver através dessas instalações. Convidamos a esse mergulho, para esse sertão que realmente não cabe no lugar. Não cabe em palavras, não se sabe explicar direito, mas que é algo que se sente”. 


As idealizadoras da exposição: Amanda Cosme, Juliana Gomes e Rebeca Kianny. Foto: Ana Luz Rodrigues/Repórter Junino

A exposição “Os sertões que nos atravessam” chega ao Museu de Arte Popular da Paraíba – MAPP (Museu dos Três Pandeiros), em Campina Grande, após estrear em Patos entre os dias 18 de novembro e 9 de dezembro, Idealizada por Rebeca Kianny, Amanda Cosme e Juliana Gomes, que também são responsáveis por assinar as peças, a mostra conta com 25 obras que misturam fotografia e bordado, buscando resgatar a identidade e a voz do povo sertanejo. “A fotografia faz parte da nossa vida há um tempo, e o bordado, especificamente, tem um peso histórico e cultural muito importante na vida da mulher, nosso coletivo é composto por três mulheres. Então, trazer o bordado para compor os sertões que nos atravessam potencializou a mensagem que nós gostaríamos de trazer sobre a cultura do nosso povo, sobre a força, a resistência. Traz esse novo olhar também sobre o bordado que passa para a fotografia, compondo um mosaico de informações que mexe com o público causando provocação, reflexão”, enfatiza Rebeca Kianny.


Símbolos de religiosidade e devoção sertaneja. Foto: Ana Luz Rodrigues/Repórter Junino

Com curadoria de Ângelo Rafael Farias, a exposição contém elementos interativos, diretamente com interfaces com as criadoras do projeto. Além disso, estão disponíveis recursos de audiodescrição, garantindo uma experiência acessível e imersiva das peças, que possuem também uma vertente sustentável e utilizam linhas de algodão. A exposição tem conexão direta com manifestações do São João e poderá ser vista até à abertura do Maior São João do Mundo, em Campina Grande. “Os Trios Nordestinos são tipicamente sertanejos. Então, trazendo essa cultura, essa força do sertanejo, a gente também conversa com as origens do São João”, informa Rebeca Kianny. A mostra reforça os laços entre arte, memória e o espírito de união típico do São João, ao apresentar tradições e memórias afetivas da cultura sertaneja. 


A exposição é um mergulho nas origens do sertão e os atravessamentos. Foto: Emily Piano/Repórter Junino

SERVIÇO:

Exposição: Os Sertões que nos atravessam
Entrada: Gratuita
Período: até 30 de maio de 2025
Local: Museu de Arte Popular da Paraíba – MAPP/UEPB


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