Há 24 anos, Campina Grande apresenta o Salão do Artesanato e seu diverso acervo cultural durante os festejos juninos, atraindo pessoas do estado, do país todo e do exterior, que valorizam as habilidades manuais dos artesãos da Paraíba. As obras de arte expostas ganham destaque nesse período e, sendo mais que simples peças, elas traduzem histórias de vida e identidade cultural de cada obreiro.
Para falar das peças artesanais, não se pode deixar de lado os artesãos que estão por trás, que encantam com seu trabalho e dedicação. Eles tornam possível que essa cultura seja não apenas valorizada, mas passada de geração para geração.
Em 2016, o tema do Salão do Artesanato é “Em cada peça, a história de uma vida’’, tornando-se uma forma de homenagear os artesãos que fazem parte do evento. Nesta edição, o salão reuniu em torno de três mil artistas, de 80 cidades paraibanas, porém apenas 300 puderam estar presente para realizar as negociações. Tais obreiros são vinculados a associações e cooperativas, enquanto outros são independentes. Entretanto, suas criações levam consigo suas crenças, histórias, tradições e costumes socioculturais.
As obras e artistas são catalogados e subdivididos em setores. No setor de tecelagem, encontramos obras do artesão José Sales, que participa do Salão desde seu surgimento e produz peças de tecelagem como tapetes, mantas, redes, jogo americano entre outros. Desde os oito anos, o senhor mostra seu aprendizado, passado em família e ampliado com o passar dos anos de exercício.
Além da Tecelagem, há também os brinquedos simples, feitos pela mão de artistas lembrando a infância dos visitantes no Salão. Um dos que fazem essas obras é o senhor Josué Severiano (63), de João Pessoa. “Eu e minha esposa relembramos daquele tempo que a gente era criança, que nas feiras tinhas esses brinquedos, e daí eu me dediquei a fazer esse trabalho”, contou Josué.
Outro artista que teve destaque com sua criatividade foi David Emanuel (30), que produz luminárias em PVC há 10 anos. Segundo ele, tudo começou com uma brincadeira quando seu amigo o desafiou a fazer um produto. O que começou como uma brincadeira tornou-se algo profissional. Há cinco anos, David vende suas peças no Salão. Ele disse que as ideias para criar as peças surgem naturalmente. “Para fazer os desenhos nas luminárias pesquiso e, quando eu vou fazendo, vou criando na hora. Enquanto estou fazendo o trabalho, surge as ideias”, explicou David.
A diversidade que compõe o Salão do Artesanato faz o evento ter sucesso. A liberdade de criação e a inovação das peças chamam a atenção do público que o visita, como daqueles que vêm de fora. O local é uma oportunidade para turistas conhecerem mais a cultura local e regional e levarem uma lembrança, na memória e também uma artesanal do Maior São João do Mundo.
Quem quiser conferir, o Salão do Artesanato está localizado na Avenida Severino Cabral no bairro do Catolé, onde estará aberto ao público até amanhã (3), funcionando das 13 horas às 21 horas.