Quem pensa que São João se resume apenas a bandas de forró e danças está muito enganado, por trás desta grande festa existe várias equipes e projetos que possibilitam a sua realização. E neste ano houve um que ganhou certo destaque, o “Recicla São João” é um projeto da Prefeitura Municipal de Campina Grande, por iniciativa das Secretarias Municipais da Ciência, Tecnologia e Inovação, e da SESUMA (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Meio Ambiente) juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento, vinculado a cooperativas de catadores de lixo. O intuito do projeto foi desenvolver a coleta sustentável de resíduos sólidos e orgânicos dentro do Parque do Povo.
Naturalmente, comidas e bebidas foram consumidas diariamente no período junino dentro do Quartel General do Forró, aumentando gradativamente a quantidade de lixo no local. Para dar uso aos resíduos descartados essa nova equipe, que conta com cerca de 60 pessoas, cata o material recém jogado deixando o ambiente mais limpo e agradável para que os forrozeiros possam aproveitar o São João sem se preocupar com os impactos ambientais causados.
Após o material ser catado, ele é levado ao caminhão do “Recicla São João” cedido pela prefeitura da cidade, segue para a usina de triagem das cooperativas onde o lixo acumulado semanalmente será separado, prensado e reciclado. Além de contar com auxílio para o transporte e finalidade dos resíduos, o programa conta com uma base fixa no Parque do Povo e com catadores, para estes o projeto garante transporte de ida e volta, material necessário para trabalhar (botas, luvas e capas de chuva) e uma bolsa auxílio de R$450,00.
Este foi o primeiro ano de implantação do projeto, Elisa Custódio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, idealizadora e coordenadora do projeto fala entusiasmada sobre o mesmo e de suas perspectivas para o futuro: “O projeto foi idealizado 3 meses atrás. Primeiramente desenvolvemos uma oportunidade de trazer para Campina Grande o selo verde, o ISO 20121 de evento sustentável que abrange não só o gerenciamento de todos os resíduos, mas também todos os impactos ambientais que deixamos de fazer na festa. Este é o primeiro ano, mas queremos dentro de 5 anos abranger nosso objetivo, que é trazer para a cidade além do selo verde, o gerenciamento total de todos os resíduos da festa”, conclui a coordenadora.
Apesar de contar com 60 pessoas em sua equipe, apenas 44 deles fazem parte do processo de catação do lixo por noite, eles são integrados por cooperativas e associações como Arensa, Catamais, Catacampina, Contramaré e Cavi. Uma delas é Dalvanira de Melo Silva, presidente da Associação de Catadores de Materiais Reciclados, a Arensa, que ensina aos catadores como que é feita a execução deste trabalho nas cooperativas e incetiva os seus companheiros a realizar uma melhor cooperação diariamente.
O projeto contou com uma unidade fixa próximo a pirâmide no Parque do Povo durante todo o período de festividade junina. Contando com o apoio não somente dos catadores, mas também dos comerciantes locais que veem a importância de dar destino aos resíduos utilizados pelos parqueiros e ainda como uma nova fonte de renda para os que participam desse programa.