Repórter Junino entrevista Sirano e Sirino

Campina Grande, 18 de junho de 2012

A dupla cearense Sirano e Sirino se apresentou ontem em Campina Grande nos programas Momento Junino (TV Borborema / SBT), Arraial da Correio (TV Correio / Record) e Arraial da Itararé (TV Itararé / Cultura), além do Clube Campestre, à noite.

Em entrevista cedida à nossa equipe em um dos intervalos entre as apresentações, os cantores falaram sobre as festas juninas que acontecem no Nordeste, o reconhecimento dado ao seu trabalho durante este período de festividades e sobre a adoção de novos meios de divulgação doe suas obras. Sirano, mais comunicativo, focou suas respostas no trabalho, enquanto corria atendendo os fãs que pediam fotos e autógrafos. Sirino lamentou pela Casa do Gonzagão ainda não estar aberta, pois queria visitar o espaço, e falou do começo da trajetória musical e da influência de Luiz Gonzaga na sua carreira.

Repórter Junino: No mês de junho os artistas percorrem todo o nordeste, conhecendo várias cidades e as diferenças de cada festa. As diferenças entre as festas juninas de um estado para outro são muito acentuadas?

Sirino: Realmente é uma correria muito grande para nós artistas. É como se fosse a Copa do Mundo de futebol para os forrozeiros. Nós temos que estar sempre na estrada, conhecendo várias cidades e conhecendo a cultura junina, pois, para mim, o Forró e o São João são coisas diferentes, já que cada estado, até mesmo cada cidade, faz a sua festa de uma maneira diferente.

RJ: Em Campina Grande vocês passaram por três dos quatro programas de televisão que fazem a cobertura do São João. Isto pode ser considerado como o reconhecimento do trabalho que todo artista deseja?

Sirano: É sim. O reconhecimento de tudo que já passamos na vida pra chegar a um nível de aceitação do nosso trabalho pelo público. Isso é muito bom, e é também graças ao trabalho da imprensa e o carinho dos nossos fãs que este ano já estivemos em Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Maranhão, sempre passando nos programas de TV e rádio e divulgando nosso trabalho.

RJ: No site oficial da dupla aparece um link para download do novo CD, que pode ser baixado gratuitamente. Esta é uma forma de driblar a pirataria?

Sirano: Não apenas. A pirataria para muitos artistas foi até uma coisa boa, que ajudou e muito a divulgar o trabalho. Ela prejudicou os compositores (sabemos porque que também é nosso caso), mas se o governo tivesse tido mais cuidado antes da explosão da pirataria no Brasil, isto teria sido evitado. Mas em relação ao nosso CD, é mais puramente pra nossa divulgação.

RJ: Ainda falando em divulgação, vocês criaram recentemente junto, com a sua assessoria, um perfil no Twitter e Facebook, para aproximação maior com os fãs. De onde partiu esta ideia?

Sirano: Esta eu faço questão de responder. Nós temos que acompanhar a modernidade, o mundo gira e se ficar parado você cai. A ideia de criar estas contas foi nossa. Ao ver outros artistas usando esse espaço, pedimos orientação e criamos os perfis, e pedimos para personalizarem, mas nós mesmos fizemos. Mas o principal objetivo é a aproximação com o nosso público.

RJ: O que Luiz Gonzaga representa para Sirano e Sirino?

Sirino: Luiz Gonzaga foi o maior defensor do forró, uma pessoa que levou a música nordestina para o Brasil e para o Mundo. A homenagem que o São João de Campina está prestando a ele este ano é mais que justa, mas se ele fosse homenageado todo ano, também seria justo. Ele é uma das nossas maiores inspirações, pois abriu muitos caminhos para todos os artistas que tocam forró hoje em dia. Nós temos que reverenciá-lo e sermos gratos.

RJ: Quais as suas recordações de infância antes mesmo de começar a militar na música?

Sirino: Novamente aparece Luiz Gonzaga na história. Quando eu era criança e não existiam as rádios FM no interior do nordeste, meu pai sempre ligava o nosso rádio em alguma AM e sempre estava lá o Gonzagão. Desde a madrugada já passavam alguma música dele, e eu acho que foram as primeiras músicas que ouvi na vida e admirava bastante a suz voz.

Edição: Lourival Salviano
Imagens: Walter Miro 

Comentários