“Casamento é união, que não é só estar junto. É o respeito, a compreensão, é seguir em frente com todas as barreiras da vida, boas ou ruins. Estou me segurando para não chorar, por que é meu sonho de criança, mas depois que a aliança estiver no dedo já era, tem direito a tudo: lágrimas, alegria, risos…” Este é o depoimento emocionado de Josevânea dos Santos, 30, poucos minutos antes de dizer “sim“ a Jerry Adriano, 31, com quem mantém uma união estável há 13 anos.
O casal foi um dos 120 contemplados com a cerimônia do casamento coletivo realizado na manhã desta segunda-feira, na pirâmide do Parque do Povo, dentro da programação do Maior São João do Mundo. Promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, o evento, realizado anualmente, teve como objetivo possibilitar que estes cidadãos campinenses pudessem contrair gratuitamente o matrimônio civil e em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC, ofereceu aos noivos toda a estrutura necessária para a realização do sonho, desde os trâmites cartoriais até os serviços de maquiagem, cabelo, designer de barbas, ensaio fotográfico, decoração e o tradicional bolo de casamento.
De acordo com a coordenadora do casamento coletivo, Giselli Sampaio, uma megaoperação foi montada para o evento, no qual foram envolvidos mais de 100 profissionais de diversos setores, com um custo aproximado de R$ 100.000,00. “Estamos super felizes que tudo saiu como prevíamos ou até ainda melhor, um evento como esse só se realiza uma vez”, comenta Giselli.
A cerimônia foi mesmo inesquecível. No dia dos namorados, apaixonados de todas as idades oficializaram uniões recentes e antigas, como os aposentados João Batista e Marlene Silva, de 61 e 60 anos respectivamente, que há 14 compartilham as alegrias e dificuldades da vida conjugal, demonstrando por meio de sorrisos e olhares o amor que sentem um pelo outro. Para ela, um sonho antigo, para ele, o melhor presente de São João.
E para celebrar tanta felicidade, a solenidade teve como toque especial os elementos da cultura nordestina evidenciados tanto nas músicas regionais entoadas pela Filarmônica Epitácio Pessoa e pelo trio “Os 3 do Nordeste”, quanto pela condução da celebração em versos de cordel, recitados pela juíza de paz Ivina Mozart, que explanou sua emoção em participar desde momento. “Nós somos coração, somos cérebros, mas somos mais coração, que na verdade é o que nos move. E poder conceder a eles muito mais que uma cerimônia tradicional, mas uma cerimônia movida na emoção, porque pra gente o sentimento deles é importante”, frisou a juíza.
Mas as mudanças não param por aí, até a famosa valsa foi trocada pelo forró pé-de-serra, o bolo decorado com bandeirolas e casal junino, o sim foi dito unânime e harmoniosamente como em um coral, e ao final as noivas arremessaram seus buquês criando uma chuva de flores no quartel general do forró.