Conhecida como um dos locais de peregrinação mais disputados do Nordeste brasileiro, a Pedra de Santo Antônio, localizada na cidade paraibana de Fagundes, a 131 Km da capital João Pessoa, recebe todos os anos centenas de pessoas, entre turistas e fiéis católicos, que vão até lá pedir a intercessão de Santo Antônio em suas causas particulares, como a cura de doenças, agradecer por graças alcançadas ou pedir o envio do partido amoroso. E no último domingo, 11, antevéspera do dia do santo, o local lotou com a presença dos visitantes.
Historicamente, a pedra passou a ser considerada milagrosa a partir da aparição de uma imagem de Santo Antônio em meio a fenda contida em uma das rochas que compõem o local, em meados do século XIX. Esta imagem foi levada à igreja da cidade, ficando aos cuidados do padre da época. No entanto, no dia seguinte Santo Antônio sumiu misteriosamente da igreja e reapareceu na fenda da rocha. Tal situação teria acontecido três vezes, até que na última, a imagem desapareceu misteriosamente, como nos afirma Hermes Francisco da Silva, 63 anos, morador da região desde o nascimento. “Acharam a imagem, e foram chamar o padre de Fagundes. O padre levou o Santo Antônio pra lá e no outro dia, quando foi celebrar a missa, a imagem não estava mais lá. Vieram e ela estava aqui de novo. Aí na outra vez, a mesma coisa. Na terceira vez, deu um vendaval aqui e ninguém viu mais”, relata o senhor.
Segundo Hermes a pedra recebe a peregrinação de muitos solteiros e solteiras que estão em busca de um amor, principalmente no dia dos namorados, pois ainda de acordo com a lenda, aquele que passar três vezes por baixo da rocha com fé, irá conseguir um pretendente e voltará no ano seguinte casado ou em um relacionamento sério para agradecer a intercessão do Santo.
Do mesmo modo, nos relata Marisa, 43 anos, que nunca havia visitado o ponto turístico até então e veio como tantas outras pessoas, acreditando na crença pregada por muitos fiéis que afirmam ter conseguido um pretendente desta forma: “estava com tanto medo, pois nunca vim aqui não. Mas eu disse ‘Eu vou e tenho que passar!”.
A Pedra de Santo Antônio também dispõe de uma pequena feira que comercializa artigos religiosos e produtos alimentícios, servindo como fonte de renda para muitos moradores da cidade, como Clemilda Valentina da Silva, comerciante no local há alguns anos. Segundo ela a venda desses produtos acontece todos os domingos, porém a época de maior fluxo de pessoas é em junho, nos dias em que se comemora a véspera e o dia de Santo Antônio, data em que também se comemora o dia dos namorados, justamente por ser considerado por muitos como casamenteiro. “Todos os domingos estou aqui. Mas o que dá movimento mesmo é nessa época”, falou.
O espaço, aberto à visitação todos os dias, é tido não apenas como um ambiente dedicado à fé, mas também ao lazer e apreciação do ponto turístico, que oferece uma bela contemplação da natureza ao redor.