Barraqueiros afetados pelo incêndio voltam ao Parque do Povo com dificuldades de trabalho

Campina Grande, 2 de julho de 2018  ·  Escrito por André Luís e Oma Roxana  ·  Editado por Sara Lucena  ·  Fotos de André Luís
prefeitura de Campina Grande improvisa tendas de lona para os barraqueiros que foram atingidos pelo fogo. Foto: André Luís

Prefeitura de Campina Grande improvisa tendas de lona para os barraqueiros que foram atingidos pelo fogo. Foto: André Luís

Um dia após o incêndio ocorrido neste sábado (30), no Parque do Povo, a prefeitura de Campina Grande improvisou tendas de lona para os barraqueiros que foram atingidos pelo fogo. Até o momento, cinco tendas ocupam o espaço das mais de 20 barracas que foram destruídas no incidente. Testemunhas contam que era por volta das 19h quando um vazamento de gás, em uma das barracas, deu início a queima que se espalhou rapidamente.

O dono da barraca Ipiranga Clube, Luiz Pereira, afirmou que estava indo fazer uma entrega e quando voltou foi surpreendido com o fogo. “Consegui salvar apenas a minha vida, vi queimar todo meu investimento” disse. Ele conta que após a essa experiência, continua trabalhando por uma questão de necessidade. “Não me sinto seguro, mas não tenho o que fazer! Preciso trabalhar né?”, lamentou.

Luiz Pereira, proprietário da barraca Ipiranga Clube. Foto: André Luís.

Luiz Pereira, proprietário da barraca Ipiranga Clube. Foto: André Luís.

Tendo em seu estoque alguns refrigerantes e cervejas doados pela prefeitura, o barraqueiro desabafou a respeito do dinheiro perdido. “Disseram que iriam pagar a gente, mas até agora nada. Só me entregaram esses refrigerantes e essas cervejas!’’, falou o comerciante apontando para as poucas latas que estavam no local.

Widerlania Ferreira e Bruno Freire estavam na tenda e afirmaram que já se sentem à vontade no local. O casal ressaltou que escolheu consumir os produtos da tenda para ajudar o comerciante. “Soubemos de tudo através das redes sociais. Ao chegar aqui, resolvemos comprar com o Luiz para ajudá-lo.’’, respondeu Bruno.

De acordo com a coordenadora dos bombeiros civis do Parque do Povo, Fabíola Freitas, todos os bombeiros estavam presentes no local no momento do incidente, mas lembrou que a quantidade de profissionais não era suficiente para controlar o fogo, e isso consequentemente, fez com que o fogo se alastrasse rapidamente em decorrência da grande quantidade de materiais inflamáveis presentes.”Se vocês observarem, nós temos pelo menos um profissional em cada entrada do Parque do Povo. O problema foi que não esperávamos por isso e acabamos precisando de reforço’’, lamentou. Apesar do grande estrago, a coordenadora disse que as barracas de metal localizadas ao lado esquerdo, sofreram apenas derretimentos de alguns dos seus materiais. “As barracas do lado esquerdo da pirâmide, sofreram unicamente a perda dos painéis indicativos com seus nomes. Barraca da Socorro e Barraca Arroxa o Nó’’ afirmou Fabíola.

Antes e depois da Barraca Sorriso. Foto: André Luís

Barraca Sorriso e Barraca Arroxa o Nó antes do incêndio. Foto: Joyce Lima

Segundo Risonalda, proprietária da “Barraca da Sorriso”, a empresa Aliança garantiu que a perícia irá, no início desta semana, averiguar o que foi perdido e recolher os dados dos comerciantes. Também nesta segunda (02),  a prefeitura vai iniciar a construção das novas barracas: “Falaram que amanhã vai vir o material melhor e que as lonas são provisórias para o dia de hoje’’.

Antes e depois da Barraca Sorriso. Foto: André Luís

Fachada das Barracas Sorriso e Arroxa o Nó após o incêndio. Foto: André Luís

Risonalda diz que apenas ela e o Sr. Luiz optaram por comparecer nesta noite de domingo, ela ainda afirmou que os outros barraqueiros não aceitaram a lona improvisada e que pretendem levar o caso para a justiça. Quando questionada sobre o apuramento do dia a vendedora lamenta dizendo: ‘’O apurado com a barraca é muito melhor, mas a gente não pode fazer nada. Só botar um sorriso no rosto e continuar’’, disse.

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