A cultura do repente no período do São João

Campina Grande, 7 de junho de 2013

É muito comum falar sobre festejos juninos e logo pensar em fogueiras, forró e quadrilhas. Porém, outra maneira de cantar o São João expressa as raízes nordestinas. Em forma de versos rimados, conhecido como um desafio entre os participantes, o repente se caracteriza pelo improviso entre dois cantadores, os repentistas.

Essa tradição tem origem na idade média com os trovadores, que aliavam música à poesia. Assim como outras tradições importadas da Europa, o repente foi incorporado à cultura local, e tem no nordeste uma forte presença.

Para Oliveira de Panelas, poeta, repentista, escritor e cantador, que já tem uma carreira de 51 anos dedicados a cantar a cultura popular nordestina, o repente tem várias formas de descrever e encantar o público. “O repente é um dom. Como diziam os Romanos: O poeta não se faz, o poeta nasce feito”, afirma. Ele ainda ressaltou a estrita ligação entre o estilo e os festejos juninos. “O repente sempre conviveu com as festas juninas. Quando comecei a cantar havia chamados para os repentistas cantadores alegrarem as noites juninas nos sítios e nas cidades do interior, existe uma grande afinidade entre os dois”, conclui.

Em 2010, o repente e o poeta repentista tornaram-se Patrimônio Imaterial do Estado da Paraíba, juntamente com O Maior São João do Mundo, ambos constam no artigo 216 da Constituição Paraibana. 

Na comemoração dos 30 anos dos festejos juninos de Campina Grande não será diferente, a cantoria e os repentistas estarão presentes no Parque do Povo, fazendo parte do grande “quebra-cabeças cultural” que é este o evento. Os forrozeiros poderão se encantar com as histórias rimadas sobre a cultura junina.

Edição: Jaime Guimarães

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