Uma das grandes atrações d’O Maior São João do Mundo é o Festival de Quadrilhas que acontece durante o evento, na Pirâmide do Parque do Povo. E no decorrer das apresentações, é na dança coletiva, que a emoção dos quadrilheiros se destaca. Mas o registro desses momentos fica por conta de outra arte. As fotografias que contam a história das Quadrilhas Juninas no São João de Campina memorizam além do material. E é com a alegria contagiante dos dançarinos, que o Festival ganha um toque especial.
Para eternizar esses sentimentos, o fotógrafo precisa estar em sintonia com os quadrilheiros e este, é o caso do nosso entrevistado. Nossa repórter conversou o fotógrafo oficial d’O Maior São João do Mundo, autor de diversos registros das quadrilhas juninas, Emanuel Tadeu. Confira a entrevista a seguir:
Repórter Junino – Emanuel, graças ao seu trabalho e a sua paixão pela fotografia, hoje você se destaca como um dos melhores fotógrafos de Campina Grande. Como surgiu a sua ligação com essa arte no São João?
Emanuel Tadeu – Eu já dancei quadrilha e meu sonho era voltar a dançar, só que meu tempo louco de não ter tempo (risos), fez eu me afastar dessa arte que amo tanto. Mas eu consegui transformar esse amor em fotos. Então, eu fiz algumas fotos e coloquei na rede. Elas bombaram e o pessoal começou a ver e a perguntar quem era aquele artista. O engajamento foi altíssimo. Publicaram essas fotos em capa de revista, o pessoal do Codecom chegou até o meu trabalho e nesse mesmo ano eu consegui um estágio (de graça, o que eu ganhei foi um sanduíche, um refrigerante e o transporte pra voltar pra casa), na prefeitura. Mas nesse pouco, eu consegui o muito. No ano seguinte, eu fui contratado, então passei dois anos como estagiário e posteriormente, passei a ser o fotógrafo oficial do Maior São João do Mundo. Minha marca, meu serviço, vem se consolidando a partir do São João, porque é uma vitrine pra mim. Para o meu trabalho e para qualquer profissional da área da comunicação, entende?
Repórter Junino – Sim. E em relação à desvalorização e as poucas oportunidades no ramo da fotografia, que está dentro desse leque gigante que é a comunicação, conta pra gente, como foi o início da sua carreira?
Emanuel Tadeu – O início da minha carreira foi, justamente, muito difícil. Porque eu percebo que é um mercado muito prostituído e a gente não é valorizado. A galera ainda tem aquela visão de que é só apertar um botão e pronto. Mas não é só isso. Tem um pré, tem um durante e tem um pós. Eu tenho muito cuidado com a questão do cliente, sabe? Do produto final que eu vou entregar pra ele. Mas, foi muito complicado no começo. Na época, quem fotografava o São João era o Chico Morais e eu fiquei no lugar dele e isso é uma responsabilidade muito grande porque a história do São João foi contada por muito tempo, por esse ícone da fotografia de Campina. Era uma responsabilidade gigante. E por eu estar executando um trabalho plausível, eu fui ganhando essa credibilidade das pessoas. Mas no início, foi muito difícil.
Repórter Junino – Devido ao seu estilo próprio, você se tornou um referencial nos registros da festa. As cores quentes em evidência e os retratos que mostram a emoção dos quadrilheiros são dois exemplos disso. Que elementos você busca antes de fazer um registro no evento?
Emanuel Tadeu – Eu gosto de trazer o momento, fazer com que as pessoas que não estavam lá, consigam vivê-lo através das minhas fotos. Por exemplo, quadrilha é muito difícil de fotografar, são milésimos de segundos pra você fazer um click daquele. Pegar um sorriso é muito difícil, então, são velocidades altíssimas. Você tem que dançar junto com eles e eu faço isso. Quando eu tô fotografando ali, eu esqueço do mundo. Durante o mês de junho eu vivo o São João, sabe? Minha vida pessoal é toda voltada para o São João. Então, os elementos que eu busco é esse amor e a sensibilidade. Porque com eles, eu consigo esses registros.
O concurso do Festival de Quadrilhas Juninas d’O Maior São João do Mundo começou ontem (15), mas foi interrompido por uma falha técnica na mesa de som. Hoje, apresentam-se, a partir das 18h, na Pirâmide do Parque do Povo, as quadrilhas Moleka 100 Vergonha, Arraial Fagundes, Mistura Gostosa, Junina Cambebas, Cestinha de Flores, Flor de Lampião, Arraial em Paris e Rojão do Forró.