Nossa história: o Museu de História e Tecnologia do Algodão

Campina Grande, 6 de julho de 2019  ·  Escrito por Sara Silva  ·  Editado por Sarah Cristinne Firmino  ·  Fotos de Sara Silva

Durante os festejos juninos, Campina Grande recebe muitos turistas, e além das festas paralelas e dos shows que acontecem no Parque do Povo, nossos visitantes também podem conhecer a cultura popular e a história da cidade, expostas nos museus. Nós visitamos dois museus da Rainha da Borborema, sendo o primeiro, o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande. Agora, falaremos sobre o segundo museu visitado, o do Algodão, como pode ser conferido a seguir:

Próximo ao açude velho, cartão postal mais visitado de Campina Grande, está localizado o Museu de História e Tecnologia do Algodão. No prédio, que foi inaugurado em 1907, funcionou a Estação Ferroviária da Cidade e um ano após, nele, foi inaugurado o Museu do Algodão, como é conhecido popularmente. Como lembrança da estação ferroviária, ao lado do museu, vemos uma réplica feita em madeira do primeiro trem que chegou a cidade.

A arquitetura do prédio tombado pela rede ferroviária se mantém igual a de quando funcionava a Estação Ferroviária

A arquitetura do prédio tombado pela rede ferroviária se mantém igual a de quando funcionava a Estação Ferroviária

“[…]recordar hoje é meu tema,” nos versos da canção ‘Tropeiros da Borborema’, eternizada na voz de Luiz Gonzaga, o sentimento saudosista que conta a história das tropas que traziam o algodão do sertão nordestino à Campina Grande, narram a memória que o museu busca preservar. Foi neste período em que a cidade ficou conhecida mundialmente pela capacidade de produzir o “ouro branco”, como era chamado o algodão naquela época. Porém, isso só foi possível devido a chegada do trem.

E foi no contexto retratado pela canção, em que a riqueza da cidade se concentrava no plantio da fibra, que o dinamarquês e comerciante de jóias Cristiano Lauritzen, fugindo da guerra, desembarcava em Recife – PE. Passados alguns anos, chegou à Campina Grande e se tornou o primeiro prefeito nomeado da cidade, que passou 19 anos no poder e foi responsável pela chegada do meio de transporte. A relação entre este marco e o ciclo do algodão é um elo que não se pode quebrar, visto que foi devido ao trem que Campina pôde transportar o algodão a diversas localidades, dentro e fora do Brasil.

Uma réplica do primeiro trem que chegou a Campina Grande está exposta ao lado do museu.

Por isso, dentro do museu, uma sala é reservada somente ao setor do algodão. Nela, objetos trazidos pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) estão expostos para exemplificar melhor cada etapa de produção da fibra. Fardos, fios, máquinas antigas que mediam a temperatura, espessura e pressão do algodão, como também, os tecidos que se pode produzir a partir dele e amostras do algodão colorido compõem o acervo.

A representação de uma ante sala de um casarão, com móveis de madeira inspirados na art déco e objetos trazidos pelo trem

A representação de uma ante sala de um casarão, com móveis de madeira inspirados na art déco e objetos trazidos pelo trem

Mas a grande estrela do museu ainda é o trem, como contou a historiadora Salete Benício: “O trem foi responsável pelo progresso de Campina Grande.” Por esse motivo, grande parte do acervo remete ao transporte ferroviário. Objetos que eram trazidos por ele e que decoravam os casarões da época, como também, fotografias, maquinários e quadros explicativos são exibidos no local. O Museu do Algodão está localizado na Rua Benjamin Constant, Centro, funcionando de segunda a sábado, das 08h às 12h e das 13h às 16:50, com entrada franca.

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