Comidas típicas em casa: Vendedores aderem ao delivery da tradicional culinária junina

Campina Grande, 27 de junho de 2020

Junho chegou com seu cheirinho de forró, comidas regionais e muita alegria, mesmo em meio à uma pandemia.

Escrito por: Maria Stella Costa

Fotos: Maria Stella Costa e arquivo pessoal

Edição: Steffanie Alencar

Mesa posta com decoração e comidas tradicionais juninas. Foto: arquivo pessoal/Andréa Luísa

Diante dos últimos acontecimentos, o nordestino ainda encontra animação para celebrar o São João. E como já é de costume, muitos estão resgatando a memória da festa através das comidas tradicionais dessa época.

Seu Antônio em uma das etapas da produção, a moagem o milho. Foto: Maria Stella Costa

Seu Antônio de Pádua, de 57 anos, produz as famosas comidas juninas desenvolvidas a partir do milho. A tradição veio através de sua mãe,  que há quase 40 anos o ensinou a cozinhar, e desde então, todos os anos, até mesmo em meio à pandemia, a culinária típica está sempre presente nas comemorações juninas de sua família. “Comecei vendo minha mãe cozinhar, depois a venda de pamonha e canjica me ajudou financeiramente, mas hoje faço apenas para casa”, diz Antônio. 

Mas, nem todo mundo gosta ou possui tempo para se aventurar na cozinha. Para essas pessoas, comprar o produto pronto acaba sendo a melhor opção. E para levar o gostinho das festas juninas às mesas das famílias, há quem comercialize essas delícias. Como é o caso de Andréa Luísa (38) e seu esposo Alisson Patrício (34), que decidiram montar o próprio negócio, conhecido por ‘Galego da pamonha’, em dezembro de 2019.

Três meses depois abriram uma loja física, para maior comodidade dos clientes. Mas a ameaça da Covid-19 acabou atrapalhando a chegada dos clientes. Foi então que eles decidiram incluir o delivery no cardápio da loja. “Quando veio a pandemia, eu pensei que poderíamos sim, levar alegria e amor para as pessoas em suas casas, por isso optamos pelo delivery”, disse Andréa.

Vitrine da loja física do “Galego da pamonha”. Foto: arquivo pessoal/Andréa Luísa

A empresária relata que a canjica, a pamonha, o milho cozido ou assado, o queijo de coalho, o bolo de milho e tantas outras gostosuras se mantém firmes e fortes, independente da quarentena. “Nossos clientes não deixaram de comemorar. Claro que tomando todos os cuidados devidos”, afirma Andréa.

Marinalva da Silva de 66 anos, tem seu comércio familiar e também precisou se reinventar nessa quarentena. A proprietária trabalha juntamente com seu esposo, irmã e filha, há 20 anos, vendendo pamonha, canjica, bolos de milho, de fubá, de leite e mandioca durante o ano inteiro.

Ela conta também com a ajuda de seu filho Jimy Cley (44), que diz sentir extrema diferença nas vendas em relação aos anos anteriores. Quando o isolamento social começou, as vendas no comércio foram dificultadas e eles pararam. Mas nesse mês de junho eles retornaram já com a adesão do delivery, que está os ajudando bastante, gerando muitos pedidos.

Bolo de Canjiquinha. Foto: arquivo pessoal/Andréa Luísa

A comilança junina continua, e indispensável e necessária para caracterizar esse momento e fazer lembrar o São João. Arthur Gonçalves, de 29 anos, está seguindo a quarentena corretamente e não abre mão de reviver essa época com os pratos tradicionais. Como consumidor, ele afirma a importância do delivery nesse período. “Uma vez que, em tempos de quarentena, o acesso à tais comidas tornou-se um pouco mais difícil, a sacada de fazer delivery desses itens é ótima”, conta ele, que usufrui desses serviços em casa, com sua família, mantendo todo cuidado e responsabilidade para viver o São João!

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