A sonoridade da sanfona, o dedilhar da viola e a poesia nos versos e no forró nordestino. O São João de Campina Grande, na sua programação paralela promovida pela Secretaria de Cultura de Campina Grande – Secult, ostentou, na bela ornamentação junina do palco do Teatro Severino Cabral, a vivacidade da cultura nordestina com a realização do I Festival de Violas, Sanfonas e Poesias. O Repórter Junino esteve presente na noite de ontem (13), na abertura do primeiro dia do Festival, para registrar em fotos, vídeos e textos toda a programação do evento, que prossegue nos dias 14, 15, 20 e 21 de junho.
A abertura foi com o Grupo Folclórico Acauã da Serra, da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, com a demonstração das manifestações culturais através da dança. Em seguida a programação continuou com diversos artistas como Dudu e seu Regional (e participação de Eloisa Olinto), aboiadores Paulo e Jarim (PE), repentistas Geraldo Amâncio (CE) e João Paraibano (PB), os emboladores Rouxinol e Estrela da Poesia (PE), declamadora Mariana Teles (PE) e o encerramento ao som do côco e do ritmo de Biliu de Campina Grande que passeio pela musicalidade de Jackson do Pandeiro, Marinês, Luiz Gonzaga e uma homenagem ao sanfoneiro Dominguinhos.
Um dos curadores do evento, o vereador Lula Cabral, explicou a inquietação para realização do Festival: “a iniciativa vem da inquietude que tenho em relação à cultura. Eu achava que o São João de Campina é muito grande. É um evento fabuloso, mas tem pouca introdução cultural. A cultura é o que nos representa, a poesia, a música, a viola, os declamadores, os emboladores, os trovadores são pessoas que representam nossa cultura. Convidei os artistas para participar e convocando Campina Grande em peso para entrar num festival de música de portas abertas no Teatro Municipal”, explica. Segundo Cabral, os vídeos registrados serão transformados em um DVD.
A secretária de cultura de Campina Grande, Marlene Alves, também presente no evento, enfatizou a importância do Festival dentro do conjunto de iniciativas paralelas à programação do Parque do Povo realizadas pela Secretaria de Cultura do Município como os já realizados Baile Municipal do Forró, Virada Forrozeira e cursos de dança no Centro Cultural Lourdes Ramalho. “O Maior São João do Mundo não pode se reduzir a simplesmente uma grande arena. Ela tem que reafirmar nossa identidade cultural, nordestina, nossas raízes. […] Esse festival não tenho dúvidas que vai extrapolar o teatro e não ficará no primeiro, prosseguirá”, destacou a secretária.
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São João cultural – Este ano a cidade vive não somente a efervescência dos mais de 40 metros quadrados do Parque do Povo, local central dos festejos juninos, mas amplia os pontos pela cidade com quadrilhas, trios de forró, ruas enfeitadas e eventos paralelos que oferecem uma gama de oportunidades de se viver o clima junino. No Centro Cultural, 10 mil crianças, segundo a secretária de Cultura, Marlene Alves, estão participando de cursos como artesanato, música, dança e ensinamentos sobre a representação dos santos e a religiosidade na festa. “Queremos que Campina Grande entenda esse momento como de reafirmação e que se identifique com esse universo nordestino e para que o resto do Brasil e do mundo nos veja porque é uma riqueza fabulosa”, finaliza. Além dos espaços próximos ao Parque do Povo, outros pontos de atração de turistas e moradores podem ser encontrados em bairros da cidade como o Sítio São João.
Fotos: Fernando Firmino
