Noite foi marcada por emoção e reverência à cultura nordestina.
Repórter: Larissa Moura e Maria Eduarda Batista
Fotografia: Briza Cunha
Edição: Virgínia Vasconcelos
Neste último domingo (11), ocorreu no Quadrilhódromo a segunda e última noite de apresentações das Quadrilhas Juninas da Etapa Agreste. Ao todo, oito juninas se apresentaram, cada uma enaltecendo a cultura nordestina e as singularidades da região.
Jandir Jorge de Souto, 64 anos, historiador e produtor cultural, acompanha o movimento das Quadrilhas Juninas em Campina Grande há 18 anos e foi um dos integrantes da mesa da Comissão de Avaliação neste ano. Ele compartilhou conosco alguns detalhes sobre os critérios de avaliação utilizados para determinar as juninas campeãs: “Os critérios de avaliação são determinados em regulamento. Nós estamos baseados no que ele pede, dentre eles tem: figurino, marcador, coreografia, animação, conjunto e repertório. Além disso, o casamento, que é o motivo da festa da quadrilha junina, assim como a entrada e a saída dentro do arraial. Estes são os quesitos que são avaliados de acordo com o regulamento”.
E quanto à expectativa para o segundo e último dia de apresentações da etapa agreste, ele comenta: “Eu acho que vai fechar com chave de ouro, porque esse ano tá tudo muito bem organizado. É um contexto geral, né? A cidade tá linda, o Parque do Povo tá lindo, tá tudo muito organizado. Então, a nossa expectativa é que seja um bom e grande festival que está encerrando hoje para a parte agreste”.
A grandiosidade do evento é conhecida também pela quantidade de turistas que Campina Grande recebe nesta época. Além da programação do Parque do Povo, os festivais de quadrilhas e os outros pontos turísticos da cidade contam com a presença de pessoas dos mais diversos lugares do Brasil e do mundo. Como é o caso de Rane Cássia Amorim e Lucília Maria, que vieram de Patos de Minas-MG, para conhecer O Maior São João do Mundo.
“Quando a gente entra na cidade, já vê a decoração, já vê a energia do nordestino, que é muito acolhedor, a todo instante que a gente para, a gente pede uma informação, todas as pessoas atendem com presteza, esclarece, encaminha, mostra, fala dos horários, fala dos acontecimentos”.
Lisonjeadas comentam que as expectativas foram alcançadas desde o primeiro dia de visita, elogiam a festa e se sentem acolhidas pela receptividade que só o nordestino tem. “É a primeira vez aqui, a gente vê lá do sudeste, pela televisão e é um espetáculo. O nordestino é muito criativo, é muito artista, e a gente valoriza muito isso. Então, estar aqui hoje é a realização de um sonho”.
As apresentações não mexem apenas com o coração dos quadrilheiros, mas também envolvem e emocionam a todos ao redor, inclusive os familiares que abraçam essa celebração com muito fervor.
Gerlânia Oliveira, 48 anos, natural de Pocinhos, mãe de um quadrilheiro, compartilhou conosco suas expectativas para a noite e a emoção de acompanhar o filho em um momento tão importante: “Eu nunca prestigiei um evento tão grande e em um concurso a expectativa é maior, o coração bate mais forte. Em relação ao meu filho, só nos ensaios eu já me emociono, imagina hoje vendo ele dançar para um público muito legal! Eu vejo o esforço deles, é 100% quadrilha, e eu fico muito feliz em poder prestigiar ele em um momento tão especial da sua vida.”
A sensação de dever cumprido e a euforia dos quadrilheiros estavam estampados nos sorrisos largos e emoções nos olhares. A quarta junina a se apresentar foi a Malícia de Menina, da cidade de Pocinhos-PB, trazendo como tema ‘O tesouro da Paraíba’, e homenageando São José da Batalha, em Salgadinho-PB. A pedra preciosa, a Turmalina Paraíba, foi representada pela rainha Gabriela Nascimento, 18 anos, que está no seu primeiro ano como quadrilheira e conta que foi emocionante receber o convite para um cargo tão importante na sua estreia. “Isso me encheu muito o coração, porque é uma responsabilidade muito grande. Está sendo um São João muito mágico e especial para mim”, finaliza emocionada.
Sobre cargos importantes, Carol Souto, 30 anos, que além de noiva da junina, também é a presidente, conta que estar nessa posição é um cargo pesado, mas, mesmo com as adversidades que apareceram durante a preparação, a união deles faz com que o espetáculo aconteça. “Nós, todo mundo, todos os dançarinos, praticamente choramos todo dia, de tão emocionados que estamos. Então, assim, a expectativa era e ainda está muito grande, porque o mês está apenas começando, né? É um amor, uma felicidade, emoção que não cabe dentro de mim, principalmente sendo noiva da minha junina que eu tanto amo”, com um sorriso no rosto, ela comenta.
A grande campeã da noite foi a Quadrilha Cheiro de Malícia de Massaranduba-PB. O enredo da junina foi “É de dar água na boca”, trazendo o milho como protagonista da noite, apresentando-o como uma fonte de renda e alimento para muitos. O milho foi muito bem representado por Mirela Carvalho, a Rainha da Diversidade da junina, ela comenta que já alcançaram diversos títulos e que a expectativa para esse ano estava ainda maior.
“Que esse ano seja brilhante, não só aqui, mas em outros concursos ou brincadeiras de ruas que iremos participar”.