São João: A festa que mexe com os cinco sentidos

Campina Grande, 19 de junho de 2023

Os festejos juninos agradam os cinco sentidos humanos

Repórter: Matheus Farias

Fotógrafas: Eduarda Queiroz e Jade Rocha

Editora: Gabryele Martins


A cidade cenográfica do Parque do Povo enche os olhos dos forrozeiros. Foto: Jade Rocha/Repórter Junino

A ciência já comprovou que uma informação captada por mais de um sentido humano tem uma chance alta de ser armazenada na memória por um tempo maior. Esse é um dos motivos pelos quais o São João está marcado na mente dos nordestinos desde a infância, pois é uma festa que mexe com os nossos cinco sentidos: olfato, paladar, visão, tato e audição.

Os festejos juninos agradam os olhos, o que pode ser visto na cidade cenográfica montada no Parque do Povo. A ideia de montar essa cidade surgiu no final da década de 80 e nessa edição histórica de 40 anos do Maior São João do Mundo, ela chama a atenção de turistas e moradores de Campina Grande pela vivacidade das cores e pelas referências ao estilo arquitetônico Art Déco, muito presente nos prédios históricos da Rainha da Borborema desde a década de 1930, quando o ex prefeito Vergniaud Wanderley fez uma reforma urbana no centro de Campina e trouxe esse estilo europeu marcado por linhas geométricas. 

Gabriela Dantas é natural de Nova Floresta-PB e está encantada com a cidade cenográfica deste ano: “ O layout é incrível. As cores mantêm a identidade visual da festa. Com a criação dos becos, ficou maravilhoso, pois além de dar aquele charme no cenário, trouxe a possibilidade de trazer vários comércios novos por lá, aumentando a visibilidade do trabalho deles”, afirmou. Ela também destaca como o São João mexe com os sentidos do paladar e do olfato através das deliciosas comidas de milho: “Quando eu era criança, meus avós passavam o mês de junho inteiro preparando todos os pratos típicos derivados do milho. Como eu não moro mais na mesma cidade que eles, sempre que sinto cheiro de milho, sinto saudades e sempre que sinto o sabor, minha mente me leva para este momento’’ comentou.


As comidas de milho atraem pelo sabor e cheiro. Foto: Eduarda Queiroz/Repórter Junino

Mas não dá para falar de São João sem falar de forró, afinal o ritmo mexe com a audição do nordestino como é o caso de Ana Maria, que mora em Campina, mas passou boa parte da sua vida em Imaculada, cidade do sertão paraibano. Ela contou como ouvir esse estilo musical traz sensações incríveis: “Eu sou sertaneja, e lá a cultura de escutar forró é forte. Quando eu escuto especialmente o pé de serra eu me sinto em casa! Então se fosse pra definir o que eu sinto em uma palavra seria: CONEXÃO! Com minha família, com as minhas raízes, e basicamente com quem eu sou”. 


O forró tradicional mexe com a audição e o tato de turistas e moradores de Campina. Foto: Eduarda Queiroz/Repórter Junino

Se escutar já é bom, sentir o forró por meio do tato é ainda melhor para Ana Maria, que ama dançar esse ritmo: “Quando eu danço com o meu namorado, sinto extrema intimidade com ele. É um sentimento muito gostoso de liberdade’’. O São João mexe com os cinco sentidos e, sobretudo, com o coração do forrozeiro que tem um carinho especial por essa festa, a principal responsável por levar o nome da nossa cidade para o mundo.


Nas palhoças do Parque do Povo, as pessoas dançam forró bem coladinho. Foto: Eduarda Queiroz/Repórter Junino
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