Festas populares e o audiovisual em debate

Campina Grande, 15 de maio de 2024

Oficina “Documentários e múltiplas telas” é ministrada pelo jornalista Kleyton Canuto no Curso Intensivo de Jornalismo Digital e Reportagem


Repórter: Paloma Mahely
Fotógrafa: Léia Ventura
Editor: Fernando Firmino


A segunda oficina do Curso Intensivo de Jornalismo Digital e Reportagem, promovido pelo Repórter Junino, aconteceu na tarde desta quarta-feira, 15 de maio, no auditório 1 na Central Acadêmica Paulo Freire da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, com a seguinte temática: “Documentários e múltiplas telas”. Na ocasião, o jornalista Kleyton Canuto, que, inclusive, é aluno egresso do curso e já participou do projeto, apresentou as perspectivas de produção audiovisual no contexto junino e além deste.


Oficina “Documentários e múltiplas telas”. Foto: Léia Ventura

Kleyton é mestre e doutor em Estudos da Mídia, professor da Universidade Estadual da Paraíba, diretor/produtor da Bembe Filmes e ator. Unindo todas essas suas versões, trouxe para os alunos uma contextualização do audiovisual no Brasil e como as novas telas trazem as possibilidades de sensibilizar através do contar histórias. Para além das habilidades técnicas, o jornalista incentivou um olhar mais aguçado para o que está fora dos holofotes, e como essas realidades representam um cenário de resistência.


Kleyton Canuto, jornalista e ministrante da oficina “Documentários e múltiplas telas”. Foto: Léia Ventura


Alunos de diversos períodos estiveram no auditório ouvindo sugestões para audiovisual. Foto: Léia Ventura

No caso das produções juninas, o documentário assume um papel na preservação de memórias. Entender a importância de ouvir quem está à margem é essencial na construção de bons profissionais e seres humanos e a produção de um documentário é a oportunidade de colocar em prática esse olhar sensível. Em conversa com nossa equipe, Canuto ressaltou uma de suas principais mensagens na oficina, que incentiva a abordagem do São João “na real riqueza que a festa tem, com a multiplicidade de manifestações, de pessoas, de culturas, que são envolvidas dentro de uma cultura maior do São João. É esse olhar que a gente precisa, e que dá todo diferencial para o Repórter Junino.”

Depois de contextualizar, apresentar conceitos e técnicas da arte documental, o oficineiro exibiu algumas produções para tornar o momento ainda mais rico. Guilherme Barbosa, aluno participante, destacou um desses documentários como parte que mais o chamou atenção. “É algo que nunca vi a pensar direito, mas que é uma parte do São João que nunca é vista, o olhar da comunidade LGBTQIAP+ perante a festa, e como eles ainda são muito invisibilizados na sociedade”, destaca Guilherme sobre exibição do documentário “O orgulho não é junino”,  que acompanha a realidade de pessoas da comunidade LGBTQIAP+ enquanto participantes das quadrilhas no período de São João.

“Todo ano as pessoas vêm a focar nos mesmos aspectos do São João, e Kleyton mostra esse outro ponto de vista da festa que já existe”. No final, a mensagem de Kleyton Canuto foi passada, e tantos outros alunos, além de Guilherme, saíram de lá renovados e cheios de vontade de fazer um jornalismo criativo e humano, para além do Parque do Povo.


Alunos assistem a exibição de documentários. Foto: Léia Ventura

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