O Maior São João do Mundo recebe o I Festival de Quadrilhas Juninas Escolares da Rede Municipal de Campina Grande

Campina Grande, 4 de junho de 2024

Repórter: Samya Amado

Fotógrafa: Léia Ventura

Editora: Gabryele Martins


Crianças fazem representação da colheita e celebram fartura do mês de junho. Foto: Léia Ventura/Repórter Junino

O I Festival de Quadrilhas Juninas Escolares da Rede Municipal de Campina Grande, que é realizado pela Prefeitura Municipal em parceria com a Associação de Quadrilhas Juninas de Campina Grande (ASQUAJU), começou no último dia 3 de maio e segue até o próximo dia 5, com apresentações na Pirâmide do Parque do Povo e Quadrilhódromo do Parque Evaldo Cruz (Açude Novo). 

Raymundo Asfora Neto, atual Secretário de Educação da cidade, abriu o primeiro dia de evento pontuando a importância desse projeto: “Um festival que vem para deixar o que já é O Maior São João do Mundo, ainda maior, ainda mais belo. Um São João que não está crescendo apenas no aspecto físico/estrutural, mas essencialmente na valorização da nossa Cultura, das nossas raízes, da nossa Identidade […] Campina, mais uma vez, larga na frente e faz história através do seu povo.”, comentou.


Adolescentes compartilharam a alegria de dançar pela primeira vez na Pirâmide. Foto: Léia Ventura/Repórter Junino

No primeiro dia, cinco escolas se apresentaram e deram um verdadeiro show na Pirâmide do Parque do Povo. Nomes como Marinês e Ariano Suassuna foram homenageados pelos estudantes. Tatiana Nunes Ribeiro, diretora da Escola Padre Antonino, falou sobre o envolvimento da sua escola: “Nosso tema é a Dança de Colheita. Trabalhamos o tema e a história com eles. A Cultura da gente é tão forte: o forró, o São João… Então eles aprenderam tudo de forma muito dinâmica e lúdica nesses últimos 60 dias ensaiando. Os alunos iam aos sábados para ensaiar; no último feriado eles também foram ensaiar, as famílias foram atrás dos vestidos, maquiagem… A nossa escola é muito ativa e a comunidade também é muito ativa.”, disse ela.

Crianças e adolescentes de várias idades marcaram presença no espetáculo e na plateia, como foi o caso de Edriel Félix, 14, aluno que veio dançar com os seus amigos: “Eu sempre participei da festa, eu amo o São João, amo as quadrilhas e as comidas típicas. Me dá um frio na barriga, mesmo já tendo dançado ano passado.”, disse ele. Lara Vitória, 13, falou da ansiedade de participar de um evento tão grande: “Nem consegui dormir direito pra estar aqui. Minha mãe e minha tia me ajudaram a me arrumar, comecei de 10h e terminei de 13h. Minha tia viu uma maquiagem no tiktok e a gente fez.”, comentou ela.


As escolas e comunidades se empenharam nos figurinos dos alunos. Foto: Léia Ventura/Repórter Junino

Apesar do grande envolvimento das escolas, alguns gestores contaram sobre a dificuldade de trabalhar a tradição junina em meio às tantas novidades do mundo digital. Thiago Galdino, marcador da quadrilha da Escola Anis Timani, falou um pouco sobre isso: “Foi muito trabalho e muito suor. Foi um pouco difícil, porque a gente corre muito atrás dos alunos e a maioria não quer participar. Muitos preferem ficar no celular do que dançar quadrilha, mas a gente tá tentando resgatar isso nos alunos [Cultura Popular], pra depois eles dançarem nas grandes quadrilhas de Campina Grande.”, disse ele.

A quadrilha junina escolar, além de uma opção lúdica para trabalhar temas em sala de aula, é uma forma de fortalecer a Cultura Popular Nordestina e dar continuidade à escrita da História de um povo, como comentou João Marcos Tomaz, gestor e puxador da quadrilha do CEAI Dr. João Pereira de Assis: “Serve justamente para alimentar a Cultura, proporcionar momentos culturais e o principal: trazer a tradição das quadrilhas de escola, que é a origem das quadrilhas estilizadas. Dancei durante 6 anos, participei tanto de quadrilhas matutas, quanto de quadrilhas estilizadas. Os dançarinos/brincantes, na sua infância, saem daqui e eu, como brincante, não poderia ser diferente: já participei de quadrilha estilizada e hoje voltei para as minhas origens, para as minhas raízes, que é a quadrilha tradicional. Esse momento é extremamente importante!”, pontuou ele.

Várias Rainhas do Milho se apresentaram no primeiro dia de festival. Foto: Léia Ventura/Repórter Junino

Romero Alves, representante do grupo Tropeiros da Borborema e jurado do evento, falou da importância de apresentar a cultura de quadrilha para crianças e adolescentes: “A gente sabe que dentro do meio cultural existe uma dificuldade para termos esses eventos, principalmente dentro dos âmbitos escolares. A gente sabe que os adolescentes/a juventude de hoje em dia não fazem essa busca em enriquecer a Cultura.”, comentou.

Ele também disse que um evento como esse é um importante fomento para cativar essa geração: “Existem as grandes juninas daqui da cidade e a gente sabe da falta de componentes para elas. A gente fazendo com que nas escolas tenha esse incentivo, futuramente esses alunos podem se estimular a fazer parte das grandes juninas e dar continuidade à História Cultural da cidade”, finalizou.


O Nordeste foi celebrado em cada detalhe. Foto: Léia Ventura/Repórter Junino

Com os festivais de quadrilhas juninas escolares, a escola amplia o seu papel na educação social e se torna um espaço de preservação e resgate da Cultura Popular e tradições juninas. Crianças e adolescentes ganham o sentimento de pertencimento e podem celebrar junto ao seu povo os múltiplos sentidos de serem nordestinos.

Serviço:

I Festival de Quadrilhas Juninas Escolares da Rede Municipal de Campina Grande

Datas e locais: 

3 e 4 de junho na Pirâmide do Parque do Povo e dia 5 de junho (final do evento) no Quadrilhódromo do Parque Evaldo Cruz (Açude Novo).

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