Grupo Maria Lampião: Mulheres empoderadas de Campina Grande celebram cultura nordestina

Campina Grande, 11 de junho de 2024

Reportagem: Lúcio Lima

Fotografia: Emily Piano

Edição: Nathália Aguiar


Legenda: Grupo Maria Lampião brilha com sua apresentação no Quadrilhódromo, no Parque Evaldo Cruz. Foto: Emily Piano/Repórter Junino

Surgido em 1922 no alto sertão pernambucano, o ritmo do xaxado, que homenageia os cangaceiros, é a paixão do Grupo Maria Lampião. Formado em 2013 por mulheres comuns, que se transformam no período junino em Maria Bonita, o Grupo mistura os nomes de grandes personagens do imaginário popular.

“Eu amo esses nomes, a junção deles e a força por trás dos personagens. Sempre fui apaixonada por cultura, quadrilhas e, movida por esse amor, montei o Maria Lampião. O ritmo do xaxado é lindo, é envolvente, por isso é o mote do Grupo. Foi muita luta para mantê-lo tanto tempo em atividade, sem apoio. Amo ver as pessoas felizes com nossas apresentações, me deixa muitíssimo contente”, explica a coordenadora Cleide Belizário.

O grupo é composto por treze mulheres de Campina Grande, incluindo enfermeiras, vendedoras, cabeleireiras e empresárias. Juntas, elas mostram a força da mulher nordestina e a sua representatividade na dança.


Componente do grupo mostra a força do xaxado. Foto: Emily Piano/Repórter Junino

Exemplo disso é a empresária e cabeleireira Ruth Elisabeth, que há 8 anos vê a dança como terapia: “A dança é meu amor, me tira as angústias e me torna uma mulher empoderada. Conheci o grupo, me apaixonei pela proposta de levar o xaxado pela Paraíba e isso melhorou minhas dores pessoais, e me deu um lazer maravilhoso em junho. Às vezes, na correria da nossa agenda, corto cabelo vestida de Maria Bonita”, declara.

Para que as apresentações aconteçam, é preciso que a dança seja ensaiada. Rômulo Carlos, coreógrafo, fala do processo de montagem coreográfica e sua paixão pela dança: “Eu me inspiro em vários grupos. Escuto todas as músicas e daí crio o que pode virar movimento em cena. Crio a temática e, depois, passo para as meninas. A coordenadora escolhe o figurino e daí faço o meu espetáculo na parte da dança. Aliás, há 9 anos, a dança se tornou algo muito importante pra minha vida. Quando estou dançando, coreografando, sinto a cura nos meus problemas pessoais através dela”, compartilha.


Grupo nsaiando no Colégio Augusto dos Anjos, no Bairro da Liberdade. Foto: Emily Piano/Repórter Junino

Com o amor e a paixão pelo forró e pelo xaxado, o Grupo Maria Lampião mantém as raízes da nordestinidade viva através das coreografias e figurinos, mas principalmente pela força dessas mulheres guerreiras e artistas que levam arte e cultura em Campina Grande, na terra do Maior São João do Mundo.

Confira reportagem de Lúcio Lima
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