Tradição e ensino dançam juntos no II Festival de Quadrilhas Escolares

Campina Grande, 5 de junho de 2025

Primeiro dia do evento reúne escolas da rede municipal de Campina Grande no Quadrilhódromo do Parque Evaldo Cruz 

Repórter: Kássia Queiroz

Fotógrafo: Amanda Suêlha

Editor de texto: Joana Elen


A segunda edição do Festival de Quadrilhas Juninas Escolares, promovida pela Secretaria de Educação de Campina Grande com apoio da Arte Produções, aconteceu na tarde desta quarta-feira (04), no Quadrilhódromo localizado no Parque Evaldo Cruz. O evento segue pelos dias 05 e 06, reunindo 15 escolas dos Anos Iniciais, Finais e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal. 


Crianças das escolas municipais se apresentam no quadrilhódromo do Parque Evaldo Cruz. Foto: Amanda Suêlha/Repórter Junino

Neste primeiro dia, seis escolas diferentes de Educação Infantil e Ensino Fundamental marcaram presença no evento, com apresentações verdadeiramente encantadoras. Através de coreografias elaboradas, figurinos coloridos e muita alegria, as quadrilhas escolares trouxeram à vida a essência do São João de Campina Grande, relembrando a importância da herança cultural ao homenagear e incorporar em suas temáticas o Rei do Baião, Luiz Gonzaga; além do legado de Maria Bonita, a história da Rainha da Borborema e, ainda, os cordéis literários.

Mais do que um concurso, o Festival de Quadrilhas Escolares envolve a mobilização de aproximadamente 1.200 pessoas, entre alunos, professores e organizadores. Entre eles, está Kaliuma Soares, coordenadora pedagógica dos professores de Educação Física das instituições participantes. Kaliuma comentou sobre a preparação de dois meses para a realização deste evento: “Estamos aqui hoje comemorando o que chamamos de ‘apoteose’, um momento que foi muito preparado. Os estudantes tiveram a oportunidade de vivenciar sobre um artista nordestino, protagonizar sobre a nossa cultura e trazer seus talentos nesta promoção”, declarou. 

Kaliuma apontou ainda que, a princípio, alguns estudantes tiveram resistência em participar do festival, mas que logo se encantaram e despertaram o desejo pelo projeto, envolvendo-se por completo através da realização de oficinas e produção de adereços e roupas para o grande dia. Essa transformação ocorreu porque, ao se envolverem ativamente no projeto, os alunos passaram a ter uma conexão mais profunda com a cultura e a tradição, deixando de vê-las como algo distante e experimentando-as de forma prática e significativa. 


As crianças se empenharam nas representações culturais. Foto: Amanda Suêlha/Repórter Junino

Para, especialmente, as faixas etárias do infantil e fundamental, o engajamento no projeto fez-se importante para estimular a criatividade, coordenação motora, trabalho em equipe e senso de responsabilidade. Ao colocar a “mão na massa”, os estudantes deixam de ser meros espectadores da tradição e se tornam agentes ativos da sua preservação e transmissão.

O atual Secretário de Educação de Campina Grande, Raymundo Asfora Neto, abordou a importância da concretização de um projeto como este, pontuando que o evento fortalece valores, histórias e tradições, além de fazer com que muitas pessoas, ao recordarem da infância e adolescência, percebam que tal cultura das quadrilhas juninas vem sendo resgatada.


Secretário de Educação, Raymundo Asfora, fala sobre a concretização do projeto. Foto: Amanda Suêlha/Repórter Junino

A participação das crianças no primeiro dia do evento foi um verdadeiro espetáculo de alegria e entusiasmo. Desde a preparação para a entrada, os estudantes já estavam ansiosos para mostrar seus talentos e dedicação, como é o caso de Pablo, 11, do EMEF Amaro da Costa Barros, que afirmou estar sentindo um friozinho na barriga para se apresentar, mas, animado para apresentar tudo o que ensaiou nos últimos meses e na expectativa, para que a escola fosse uma das vencedoras.

Além da mistura de ensino, arte e tradição que o evento apresenta, outra perspectiva é a forma como o Festival é um crucial fomento para cativar a geração atual de crianças e jovens à esta tradição. O Secretário de Cultura, André Gomes, pontuou tal questão: “Na apresentação desta última quadrilha, o marcador diz ‘futuros quadrilheiros’. Isso é importante porque vemos, de fato, a necessidade de resgatar nossa cultura para formar novas crianças quadrilheiras e renovar a idade dos nossos atuais. É um sentimento de pertencimento muito forte que o campinense tem”, comentou.


Expectativa antes para iniciar a apresentação. Foto: Amanda Suêlha/Repórter Junino.

No final da tarde, após as apresentações das seis escolas, todas as quadrilhas receberam troféus de participação. No entanto, apenas quatro equipes foram selecionadas pela banca de jurados para se apresentarem novamente no último dia do concurso: o EMEF Profª Francisca Zena Brasileiro, EMEIF Lafayette Cavalcante, EMEF Maria Salomé Alves dos Santos e o EMEF Amaro da Costa Barros.

O II Festival de Quadrilhas Juninas Escolares terá continuidade nesta quinta-feira, 05, das 14h às 18h, com performances de outras quatro escolas da rede municipal. O último dia, 06, conta com as apresentações das equipes vencedoras, das turmas do EJA de outras três escolas e da participação especial do EMEF Monsenhor Sales, no Parque do Povo.

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