A partir desta quarta (4), o SESI Museu Digital recebe uma mostra interativa que homenageia Elba Ramalho e resgata memórias da cultura junina.
Repórter: Jossandra Almeida
Fotógrafa: Emily Piano
Editor: Diney de Melo

Logo na entrada, o som da sanfona, zabumba e triângulo dava as boas-vindas. Às margens do Açude Velho, o trio de forró Esperança animava o público com clássicos do gênero, criando uma atmosfera acolhedora e dando início a uma noite de celebração, memória e identidade. Foi nesse clima que o SESI Museu Digital abriu, nesta quarta-feira (4), a exposição “Arraiá Digital: Memórias, Campina e São João”, um convite interativo para reviver e conhecer os bastidores históricos d’O Maior São João do Mundo.
A exposição é promovida pela Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB). O presidente, Cassiano Pereira, revelou que a ideia partiu de sua esposa, Narriman Pereira, e foi prontamente abraçada pela equipe do SESI. Eles esperam receber todos os públicos, mas não escondem que buscam especialmente engajar os jovens. Ítalo Wanderley, um dos monitores do museu, explica o motivo: “Os jovens gostam muito da proposta, da interação, da imersão digital, porque quase tudo hoje em dia traz isso, e eles se sentem familiarizados”.
Logo no início, o público é convidado a testar seus conhecimentos no quiz interativo “Elba Me Leva”, uma homenagem à cantora Elba Ramalho, uma das vozes mais marcantes do Nordeste. Enquanto respondem perguntas sobre sua trajetória, os participantes revisitam momentos importantes da carreira da artista, embalados por seus maiores sucessos. A cada clique, música, lembrança e emoção se misturam. A experiência segue com fotografias históricas, áudios e imagens de programas de rádio e televisão e um animado karaokê de forró. Para os mais nostálgicos, há ainda um espaço dedicado ao registro de lembranças, permitindo que cada visitante deixe sua marca no “Arraiá Digital”.
Ao final do percurso, um minidocumentário amarra todas essas memórias, recontando a evolução da festa ao longo das décadas, das primeiras edições nos bairros até se consagrar como O Maior São João do Mundo. As imagens e depoimentos ajudam a compor essa história, representada por nomes que ganharam destaque na exposição, como Eraldo César, presente aos 97 anos, conhecido por dar voz ao São João no rádio local, e João Dantas, ativista cultural e idealizador da Vila Sítio São João, que preserva as tradições nordestinas por meio da arte e da educação popular.

Outra homenageada, foi a professora Cléa Cordeiro que assina a curadoria da exposição. Foi ela a responsável por reunir e selecionar todo o material. Com um olhar sensível e atento, Cléa destacou a potência do ambiente digital: “Aqui é um espaço pequeno, mas para as telas isso não existe, cabe o mundo inteiro dentro de uma tela. Temos imagens bem escolhidas, cartazes, folhetos, jornais… tudo que conta a história do São João. Vale a pena conhecer”, afirmou.
O encerramento da noite ficou por conta, mais uma vez, do trio de forró, que retornou ao palco improvisado para lembrar que mesmo em formato digital, o São João de Campina Grande ainda pulsa ao som da tradição. A exposição permanece em cartaz até o dia 4 de julho, no SESI Museu Digital, localizado em um dos pontos mais simbólicos da cidade. O funcionamento é de segunda a quinta, das 9h às 20h, e de sexta a domingo, das 10h às 20h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
