No mês de Junho, em Campina Grande, o espírito do São João invade ambientes e pessoas que procuram sempre algo para caracterizar a si, a sua casa, ou mesmo para lembrar-se ou fazer alguém lembrar dos festejos juninos. E esse adereço ou lembrança geralmente vem do artesanato: uma das formas mais originais através da qual se materializa a tradição, a cultura e luta do povo nordestino que constrói a sua história com o suor do seu rosto e o trabalho das suas mãos.
Apesar de ser mais lembrado nessa época, existem pessoas que vivem do artesanato o ano todo. Um bom exemplo disso é a Casa do Artesão, localizada na rua Venâncio Neiva, centro de Campina Grande.
Do lado de fora, o lugar já se destaca pelo visual rústico, com marcas características da nossa terra, que logo o diferem das lojas “comuns” daquela rua. Ao entrar, nos deparamos com um verdadeiro celeiro de produtos artesanais. As matérias primas vão desde a madeira ao coqueiro, da estopa à palha, do pano de chita ao crochê. E os produtos são capazes de atender aos mais variados gostos e pedidos. É possível encontrar lembrancinhas que celebram desde o nascimento ao casamento, agradar a quem aprecia uma cana-de-cabeça ou um licor; quem gosta de uma boneca de pano ou ama a literatura de cordel; quem merece um imã de geladeira, um chaveiro ou uma colcha de crochê.
Os produtos citados e uma infinidade de outros mais, são produzidos por integrantes da Associação Cultural dos Artesãos do Estado da Paraíba. A associação existe desde 1980 e é formada por 36 (trinta e seis) artesãos de Campina Grande, Galante, Lagoa Seca, Lagoa de Roça e Esperança.
A presidente da Associação, Dona Rizia Confessor, conta que cada membro produz o que sabe e todos colaboram no atendimento ao público. “Quando algum deles não pode vir, manda um filho, um sobrinho ou alguém da família no seu lugar”, disse.
O espaço onde a Casa do Artesão funciona é emprestado pela PMCG. Cada artesão paga uma pequena porcentagem sobre os produtos vendidos para a manutenção da loja. De acordo com Dona Rizia, durante os Festejos Juninos alguns artesãos da associação montam estandes para a venda individual dos seus produtos no Parque do Povo. Ela afirma que o melhor período de vendas é quando se aproxima o fim do São João e os turistas procuram o local em busca de objetos para materializar suas lembranças da festa, da cidade, do Nordeste e também para presentear aqueles que não vieram e mostrar-lhes um pouco do que tem por aqui.
A procura aumenta também nas épocas em que acontece outros eventos como o Festival de Inverno, Encontro para a Nova Consciência ,Consciência Cristã e Micarande, quando há grande fluxo de turistas na cidade, e até os campinenses também presenteiam com artesanato. Bom para os artesãos, bom para a nossa cultura.