Tal atração não é à toa: a união entre sanfona, zabumba e triângulo, característica marcante do forró pé-de-serra, proporciona um clima gostoso e envolvente, que dá aos forrozeiros a sensação de estarem “Numa sala de reboco”.
E é esse clima que o visitante do Parque do Povo encontra nas famosas e tradicionais palhoças do “Seu Vavá”, de “Zé Bezerra” e de “Zé Lagoa”.O som que reina nesses três pontos do Parque é o do forró pé-de-serra. Manuel Fernandes também revela que os músicos que se apresentam nas ilhas, recebem a recomendação de tocarem apenas esse estilo de forró, o que para ele não é esforço algum: “O forró pé-de-serra é uma celebridade e representa a vida de um grande músico, o Luiz Gonzaga”, diz.
Por falar em Luiz Gonzaga, as músicas deste, são presença certa no repertório do trio: “Não dá para esquecer dos clássicos ‘Asa Branca’ e ‘Numa sala de reboco’, conta Manuel.Apesar da fama do forró pé-de-serra , pouco é o espaço dado a ele fora da época junina. “Se eu fosse viver só da música eu morreria de fome”, revela Dionísio de Souza, sanfoneiro do trio Forró do Bom, que também trabalha como pedreiro.
Durante o São João, o trio chega a realizar 15 shows, diferente do resto do ano, que no máximo, fazem 5 apresentações. Tal discrepância se deve ao grande estouro do forró eletrônico, assim chamado, por utilizar elementos eletrônicos em sua execução, como o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica. Bandas que seguem essa linha a exemplo de Aviões do Forró, Saia Rodada, Calcinha Preta, entre muitas outras, são frequentes na grade musical de rádios e eventos da cidade.
Aline Vidal, mais conhecida como a “Chinesinha do Forró”, adora cantar o forró pé-de-serra e revela sua insatisfação diante do grande espaço dado às bandas da vertente eletrônica: “Campina Grande tem muitos artistas locais que prezam pelo autêntico forró, mas a cidade vive recebendo essas bandas . É uma falta de respeito.”