Começou cedo o terceiro dia do ‘São João no Sítio’. Não para os turistas, mas sim para as tradicionais famílias da cidade de Matinhas. “Hoje só vamos à festa na cidade, quando terminarmos de fazer as pamonhas”, disse Maria Vanilma Pereira, 18 anos, moradora do sítio Cachoeira do Gama. Ela faz parte da quinta geração da família Oliveira, que todo ano se reuni vésperas do São João, para ‘quebrar milho’, tirar a palha, ralar o milho e preparar as pamonhas e canjicas.
Além das comidas típicas, fez-se presente, a tradição dos 38 anos de forró dos Três do Nordeste, que fez “levantar o poeirão” pelos forrozeiros, vindos de várias cidades do País. Eles já chegaram aquecidos com a animação e música dos ‘transportes juninos’. Paulo Rodrigues, natural de Alagoa Nova – PB, que está em São Paulo há 10 anos, diz ter se sentido realizado em reviver as festas juninas da época de criança. “Achei maravilhosa a novidade. Deu pra matar a saudade do São João do meu tempo de criança”, conta.
Sirano e Sirino também foram reverenciados com muita dança e descontração dos forrozeiros. A dupla diz ter público garantido nas festas do Nordeste. “Já temos carteirinhas das festas em Matinhas e o público é sempre fiel”, contou Sirino, que fez os forrozeiros cantarem o hino nacional brasileiro, ao som da sanfona, e logo depois, caírem na dança com as ‘marchinhas de São João’, montando um verdadeiro quadrilhão.
Quadrilha
O matuto teve espaço garantido na quadrilha “Comunidade Matuta”, do Floriano, distrito de Lagoa Seca (7km de Campina Grande), com direito a vestido de chita, sandália de couro, camisa quadriculada e chapéu de palha. O grupo se apresentou, assim que o “Treminhão e Tremendão” chegaram ao Floriano, parada obrigatória dos ‘transportes juninos’.
Desde a primeira apresentação, há dois anos, os vinte componentes, todo mês de junho aumentam as expectativas. “Esse mês [junho] a nossa vontade de dançar sempre aumenta. Sentimos um friozinho na barriga a cada apresentação”, diz Maria Elizabeth, rainha do milho da quadrilha.
A volta
Fogueiras, foguetões, milho assado, cachaça e o encontro de gerações reunidas para festejar o dia de São João, foram as imagens que acompanharam os turistas pelas ‘estradas’ de Matinhas, na volta do São João no Sítio.
As imagens misturaram-se a curiosidade dos turistas que ficaram encantados com as famílias que se reuniam ao redor da fogueira. “É lindo ver que a tradição de acender fogueiras véspera de São João não acabou”, falou o carioca, Arimatéia de Oliveira.