Folkcom: pesquisadora aborda a relação do sagrado no São João de CG

Campina Grande, 8 de junho de 2010

Elizabeth Christina de Andrade, pesquisadora da UFCG)

Com a conferência ‘Festas Juninas e Juventude: as interfaces entre o sagrado e o profano’, serão encerradas nesta quarta-feira, as atividades do 7º Seminário os Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular (Folkcom), no Teatro Rosil Cavalcanti. A conferência será com a professora doutora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Elizabeth Christina de Andrade, a partir das 16h.

Segundo Elizabeth o São João que é festejado hoje com fogueiras, fogos de artifício e comidas típicas, não é o mesmo São João Batista, que vivia no deserto e batizou Jesus. A festa na perspectiva bíblica foge as características do santo, sendo algo criado pela população com o passar dos anos e transformando no que é hoje. “A importância que o São João tem na construção do Cristianismo, a grande figura que foi São João Batista, não tem relação com o São João que é comemorado no Parque do Povo. Na perspectiva bíblica, isto não existe”, ressaltou.

Durante a conferência serão discutidas as relações entre o jovem e as comemorações juninas, se a juventude de hoje conhece a história do santo que é festejado na noite de 24 de junho ou apenas celebra a festa. Os jovens buscam a diversão e esquecem muitas vezes até do valor que a festa pode ter ou o significado de certos rituais. Segundo Elizabeth é preciso distinguir o que é sagrado e o que é profano, para então podermos conhecer a história de São João Batista e o folclore que foi criado com ela.

Com este tema a conferencista vai levantar um questionamento e o que pode haver de sagrado nas festas juninas? “Não há nada que caracterize a festa como cristã, o que pode existir é uma apropriação do modelo religioso, pois o que se é comemorado no Parque do Povo está relacionado a danças e a bebidas, a religião está somente descrita em alguns símbolos, como a igrejinha e quadros de santos”, pontuou Elizabeth.

Elizabeth ressalta que as festas juninas são compostas por comemorações folclóricas, que a população inventou ou recriou. Umas delas é a história que as fogueiras existem como um símbolo caracterizando o acordo entre Isabel e Maria – ambas grávidas – e Isabel acendeu uma fogueira avisando a sua prima que João Batista havia nascido; algo que não está descrito na bíblia, mas que o Nordeste comemora.

Após a conferência no Teatro Rosil Cavalcanti, ao lado do Parque do Povo, em Campina Grande, haverá o lançamento de livros, às 17h, da Editora Universitária da UEPB, um café junino, além de apresentação de quadrilhas e trios de forró.

Comentários