Há exatos 30 anos, era lançado pela gravadora Ariola, um vinil que serviu como trilha sonora da vida de muitos brasileiros e, principalmente dos nordestinos. Os Trapalhões, grupo de humoristas que fizeram sucesso dos anos 60 até a década de 90, além de filmes e programas de TV, lançaram alguns LPs, entre eles estava O Forró dos Trapalhões, de 1981, produzido pelo paraibano Sivuca. Além de produzir, Sivuca ainda participou da gravação tocando sanfona.
O LP foi o primeiro disco de forró gravado pelo grupo, que já fazia sucesso desde o seu primeiro filme “Na Onda do Iê Iê Iê”, de 1965, e é composto de interpretações de artistas já consagrados à época, como “A Velha Debaixo da Cama”, do cearense Jonas de Andrade, “Belorizontem” e “Seca e Chuva”, dos paraibanos Vital Farias e Sivuca, respectivamente e “Cajuína”, do baiano Caetano Veloso. Além destas, ainda tem composições próprias de Renato Aragão, que também é nordestino, do Ceará.
A estudante de Relações Públicas, Amana Medeiros, de 21 anos, lembra que ganhou o disco por volta de 1995 e que ouviu bastante durante sua infância e mesmo com a tecnologia de hoje não deixa de ouvir os antigos sucessos. “Mesmo com acessos à internet ou com CDs em casa, nunca deixei de escutar os LPs que eu mais gostava quando era criança”, disse. Amana ainda diz que “a apresentação dessa expressão genuinamente nordestina, principalmente para crianças, é um ensinamento fundamental”.
A Oficial de Promotoria, Cristina Almeida, de 51 anos diz que o forró de raiz tem grande importância para o nordeste. Segundo ela estes valores são fundamentais para preservar o modo de vida do povo nordestino. “Mesmo sendo um disco com conteúdo humorístico, o estilo inocente e despojado de fazer forró, de verdade, é imprescindível para eternizar a nossa cultura”, opina.
Na produção daquele álbum, o comediante Mussum (Antônio Carlos) não pode participar por conta de um contrato com a gravadora RCA, junto com a banda Os Originais do Samba, da qual participava. As gravações foram feitas apenas com Didi (Renato Aragão), Dedé (Manfried Sant’Anna) e Zacarias (Mauro Gonçalves), mas que não deixa de ser um marco cultural importante para o povo nordestino e para a história do forró no geral.
Editado por Lidiane Neves