Na primeira viagem de ida no expresso “Locomotiva Forrozeira” de Campina Grande até o distrito de Galante, personagens caracterizados se destacaram em meio aos forrozeiros presentes nos vagões do forró.
Francisco de Assis Farias, 47, é nascido em São Sebastião de Lagoa de Roça e trabalha como servidor público em Campina Grande, mas, durante os festejos juninos ele se transforma em “Lampião”.Esse trabalho começou como uma brincadeira em uma quadrilha há três anos, “ Me despertou a vontade de ver o Lampião em todos os cantos da Paraíba, representando o maior São João do mundo”, contou. Ele afirma sentir prazer e amar o que faz, por prestigiar a cultura nordestina.
O lado negativo apontado por seu Francisco é que durante todos os dias de festa às vezes há complicações, como gente abraçando demais, pessoas tirando brincadeiras sem graça ou puxando a roupa dele. O “Lampião” aproveita o momento em que os forrozeiros tiram fotos com ele e vende algumas lembrancinhas para arrecadar alguns trocados durante o São João, mas não contou o quanto ganha com esse trabalho.
Na mesma viagem, outra simpática personagem que chamou atenção das pessoas foi a paraibana Josefa Barbosa Zapata, 75, que se veste com trajes típicos peruanos há nove anos durante o São João de Campina Grande, mas também o faz quando é convidada para eventos. Dona Josefa é casada com um peruano e viveu no país por cerca de 50 anos, “Amo a cultura paraibana e gosto muito de conhecê-la”,concluiu.
A roupa que ela veste é usada em cidades como Huncayo, Cuzco e Machu Picchu. Ela é contratada pelo Sesc para eventos com o grupo dos idosos e trabalha durante todos os dias que a locomotiva vai até Galante. Informou que estará no dia 18 no Parque do Povo com um grupo de quadrilha internacional. Dona Josefa não recebe nada por esse trabalho e, assim como o Lampião, não paga pela ida até Galante com o trem, como foi confirmado quando perguntado a pessoas da organização.