O Quartel General do Forró nem era “Parque do Povo” ainda, quando Ana de Lourdes de Porto, a dona Lourdes, se mudou para a vizinhança. Morando há mais de quatro décadas ao lado da principal entrada de acesso à Pirâmide, na rua Major Belmiro, dona Lourdes que hoje está com mais de 70 anos viu o local surgir e se transformar em um dos palcos mais assistidos do mundo. Com a animação do local, a aposentada nunca teve problemas, mas com motoristas atrapalhados, ela já perdeu as contas.
A rua em que dona Lourdes mora é uma das principais ao redor do Parque do Povo. Na época de São João, o fluxo de pessoas e principalmente de veículos quase triplica no local, e mais do que isso, triplicam também as dores de cabeça por causa dos “barbeiros”. E foi por ficar várias vezes sem poder sair de casa, com um carro estacionado em frente a garagem, que seu José Bonifácio de Porto, marido de Ana, resolveu criar a placa que já virou até sensação entre os flanelinhas.Dona Lourdes conta que a placa serve de estratégia para avisar aos motoristas que não percebem ou fingem não perceber a entrada da garagem. “Uma noite nós precisamos sair, e estava lotado de carro nessa rua. Meu marido teve essa ideia, e desde que o São João começou nenhum carro estacionou aqui na frente. Nem os vigias, nem os vizinhos deixam mais. Com um recado desses não é? Para evitar a dor de cabeça depois, a gente já deixa avisado. A STTP já veio aqui tirar uma foto e tudo. Quem passa, pergunta, e acha engraçado, mas é só para evitar problemas”, diz dona Lourdes.
E se para alguns o barulho do vizinho passa dos limites, para a aposentada, que acompanha o “Maior São João do Mundo” desde quando a festa ainda nem era tão grande assim, o som que vem do lado é uma das maiores animações da casa. “Ah, esse São João é bom de mais. Nem existia, quando vim morar aqui. Eu nem preciso sair de casa, eu moro dentro da festa. Hoje, a gente não tem tanta saúde assim, mas o forrozinho daí é bom demais”, conta a vizinha do famoso PP.