Jorge de Altinho anima a primeira noite no São João do Vale

Campina Grande, 28 de junho de 2014  ·  Escrito por Fabiana Silva  ·  Editado por Anthony Souza  ·  Fotos de Augusto Jackson

Pernambucano de Olinda, ele leva no nome a cidade de Altinho, lugar onde viveu e se deixou influenciar na juventude pela música de Renato e Seus Blue Caps. Na década de 1970, criou a banda The Big Boys, no calor da jovem guarda, e em seguida uma orquestra de frevo. É daí que vem a sua inspiração para compor letras com temas românticos e a influência sonora de orquestra na sua obra. Mas foi no forró que o cantor e compositor Jorge de Altinho ganhou destaque e maturidade musical.

Ele esteve presente na abertura do São João do Vale, em Petrolina, mostrando um forró atual, no entanto sem perder a pegada da música tradicional nordestina. O autor da música “Petrolina-Juazeiro” concedeu, após o show, entrevista exclusiva para a equipe do Repórter Junino.

 

Jorge de Altinho

Jorge de Altinho, em entrevista após show no São João do Vale, em Petrolina-PE

RJ: Você foi um dos introdutores de instrumentos de metais no forró sem perder a originalidade. O que você acha dessa mistura de ritmos?

Eu acho o seguinte: na verdade eu criei os metais no forró lá pelos anos de 1982, 1983; depois vieram os outros artistas e agora, por fim, vieram as bandas. Mas o novo sempre vem. As bandas introduziram os metais no forró e eles têm uma grande fatia do mercado que é a juventude. Os adolescentes gostam demais desse tipo de música.

 

RJ: Você compôs a música “Petrolina-Juazeiro”, que foi gravada por grandes artistas. O que você sente ao retornar à região onde foi feita essa grande composição?

Eu me sinto muito feliz. Morei aqui três anos e fiz essa música no vaporzinho [Juazeiro-BA]. Ela foi gravada e a gente não esperava que ela tivesse a repercussão tão grande, e de repente ela teve essa repercussão. Muita gente mesmo já gravou: Alceu, Geraldo Azevedo, Elba… eu já perdi a conta.

 

RJ: Esse ano é especial no Brasil por conta da Copa do Mundo e São João, mas também é um ano triste por conta da ausência do grande cantor e compositor Dominguinhos. Você, como discípulo dele, o que acha disso?

A nossa proposta sempre foi essa: a preservação da cultura nordestina. E aí vamos continuar assim, pois a nossa missão é essa. Nós temos o compromisso em dar continuidade ao trabalho desse grande mestre. Dominguinhos era um amigo querido, um irmão, compadre… mas a gente vai segurar a bandeira e dar continuidade ao trabalho dele, de Luiz Gonzaga e de tantos outros.

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