Pernambucano de Salgueiro, o sanfoneiro, cantor e compositor Targino Gondim foi a atração principal na noite de São Pedro em Campina Grande. Reconhecido pela parceria com Gilberto Gil, no filme “Eu, tu, eles”, e pela música “Esperando na janela”, que lhe abriu as portas, este pernambucano adotado por Juazeiro da Bahia já conta com quase 20 anos de carreira.
Em entrevista ao Repórter Junino, Gondim falou da evolução dos festejos na cidade. “Eu acho uma maravilha. Isso tudo tem crescido bastante ao longo dos anos, e com certeza, o São João de Campina Grande deve ter começado pequeno como várias outras cidades que eu vejo começando agora, mas a tendência é que cresça, porque é uma festa muito gostosa de se participar”, avaliou.
Apesar de ser reconhecido pelo forró, o seu repertório apresentou releituras de músicas em outros ritmos, como o pop rock dos Paralamas do Sucesso, o raggae de Bob Marley e alguns clássicos da MPB, que segundo ele, atraem pessoas que curtem outra sonoridade. “Eu acho que a música é aberta a tudo, contanto que você faça com responsabilidade. O raggae é um ritmo muito próximo do xote; é a mesma divisão e a gente consegue fazer com que as pessoas dancem e se empolguem ainda mais… Talvez a gente consiga seduzir, assim, uma outra camada de público, de pessoas que gostam de outras músicas e estejam com a mente muito fechada para o forró que a gente faz, que eu não gosto que a gente chame de forró pé-de-serra”, afirmou.
Targino Gondim, no entanto, é um grande ativista da música regional ao colocar o principal instrumento dos forrozeiros em evidência no Festival Internacional da Sanfona – evento idealizado por ele, que acontece em Juazeiro- BA e Petrolina-PE. Nas duas edições que ocorreram, instrumentistas americanos, italianos e argentinos participaram do evento.
O festival é voltado para as muitas possibilidades que o instrumento pode oferecer e não somente para a música nordestina. “Não deixa de estar fortalecendo ainda mais a presença da sanfona no imaginário das pessoas, na cultura do povo brasileiro. Eu acho que fortalece ainda mais esse conceito do uso da sanfona, não só para o forró, mas para todas as músicas, todas as possibilidades que ela tem”, concluiu.