Dona de um estilo próprio e coreografias que abrilhantam os olhos dos populares, a Moleka 100 Vergonha sempre traz novidades no período junino. Esse ano não será diferente, a quadrilha está disposta a mostrar que não dorme no ponto quando se trata de alegria e preservação das raízes nordestinas.

A Moleka 100 Vergonha foi criada no bairro das Malvinas em Campina Grande, por uma turma de amigos que resolveram se juntar a fim de proporcionar um divertimento aos jovens do bairro, os quais tinham paixão pela dança e se identificavam com o ritmo do forró. Os primeiros componentes, Erick e Itamar, tinham experiência suficiente para formar os demais, uma vez que eles já dançavam em outras quadrilhas.

Segundo o presidente da Moleka, Mahatma Gandhi Araújo, as quadrilhas juninas tem essência enraizada na memória dos que a preservam até os dias de hoje, mantendo viva a tradição do povo nordestino, que é tão rico culturalmente. Após a formação, a quadrilha passou três anos para poder participar de festivais. A dedicação e o talento dos componentes são provados pelos inúmeros títulos conquistados nas diversas competições disputadas por todo nordeste: Tetra-campeã Campinense, Campeã da Paraíba e Vice-campeã do Nordeste. Dentre todos os títulos conquistados o mais recente recebe uma carga de importância elevada, trata-se do primeiro lugar no concurso Campeã do Nordestão.

Em todos os anos de história a Moleka 100 Vergonha sempre teve destaque local, mas foi no cenário nacional que a quadrilha chegou ao ápice, após um convite feito pela Rede Globo de Televisão, cuja proposta era expor a diversidade cultural do país através do tema: “Geografia Sentimental do Brasil”. O convite resultou numa linda apresentação da quadrilha ao lado da banda Aviões do Forró na edição 2011 do programa Criança Esperança.

Atualmente, a quadrilha é formada por cerca de 100 pessoas, que se dedicam com força total e já começam a ensaiar seis meses antes do São João, todos sábados e domingos de 18 h até as 21h. “Os ensaios são um pouco exaustivos, já chegamos a ensaiar desde outubro até junho, mas em compensação nos divertimos muito fazendo o que amamos, pois a dança possui a capacidade de alegrar e liberar as tensões”, afirma o coreógrafo Rodrigo Silva.

Inicialmente os ensaios eram realizados na quadra da escola Alceu Amoroso Lima, no entanto, a quadrilha sentiu a necessidade de ter um espaço próprio para ensaiar. “Com o dinheiro de prêmios que acumulamos na bagagem e doações de pessoas da vizinhança, nós conseguimos construir o alicerce da quadra e em seguida finalizar a obra num terreno baldio”, relata o presidente Mahatma Gandhi.

A Moleka 100 Vergonha tem um brilho próprio e a capacidade de se reinventar a cada São João. Neste ano a quadrilha vai apresentar a temática: “É fogo!”. De maneira bem humorada os componentes da Moleka pretendem utilizar a palavra “fogo”, para ironizar o comportamento de algumas mulheres, como também fazer alusão á bebida típica do período junino: o quentão.

Reportagem e Foto: Emanuel Gomes de Oliveira
Edição: Roberta Lucena